A maioria dos Estados brasileiros se solidarizou com o governo do Amazonas e ofereceu apoio para atenuar a grave crise sanitária no Estado, que enfrenta uma aceleração de casos e internações da covid-19 e falta de oxigênio em meio a um colapso do sistema de saúde. Parte desse suporte começou nesta sexta-feira, 15, com o recebimento de pacientes vindos de Manaus.
Como noticiou o Estadão, a expectativa do governo amazonense é transferir até 700 pacientes. A primeira leva de transferências foi de 149 pacientes, divididos entre São Luís (40 leitos), Teresina (30), João Pessoa (15), Natal (10), Goiânia (20), Fortaleza (4), Recife (10) e Distrito Federal (20). Há ainda impasse sobre o destino de 61 prematuros que dependem de oxigênio nas UTIs de Manaus.
Nas redes sociais, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), afirmou que o Estado pode receber até 120 pacientes de Manaus. “Pacientes serão recebidos no Hospital das Clínicas da UFG, com estrutura necessária para salvar vidas sem impactar no atendimento dos goianos”, publicou.
No Maranhão, governado por Flávio Dino (PCdoB), os pacientes são esperados no Hospital Universitário, em leitos exclusivos para covid-19, enquanto a internação no Rio Grande do Norte ocorrerá no Hospital Universitário Onofre Lopes, de acordo com declaração da governadora Fátima Bezerra (PT). Segundo ela, terão acesso ao “atendimento adequado”.
Outros Estados que não estão na lista das primeiras transferências também se colocaram à disposição. É o caso, por exemplo, do Espírito Santo, em que o governador Renato Casagrande (PSB) se dispôs a receber ao menos 30 pacientes de covid-19 em leitos de UTI, e de Alagoas, cujo governador, Renan Filho (MDB) que colocou 25 leitos de enfermaria e 10 de UTI à disposição. Na Bahia, por sua vez, Rui Costa (PT), ofereceu ao menos 30 leitos para casos menos graves, enquanto, no Pará, cujo, governador, Helder Barbalho (MDB), declarou poder colaborar com 30 leitos.
Além disso, o Amazonas conseguiu leitos de UTI neonatal no Maranhão, no Paraná, no Espírito Santo, na Bahia e no Amapá. Além deles, São Paulo e Minas Gerais se dispuseram a colaborar com os bebês recém-nascidos.
As mobilizações também envolvem equipamentos. Camilo Santana (PT), governador do Ceará, disse que dará o “apoio necessário” para agilizar a liberação de cargas de oxigênio produzidas pela White Martins no Estado. “Para que haja o abastecimento dos hospitais de Manaus com a máxima urgência possível”, pontuou.
Já o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), anunciou a doação de 45 mil EPIs e 30 mil testes rápidos para o Amazonas. João Doria (PSDB), governador de São Paulo, por sua vez, disse, em coletiva de imprensa, que o Estado doará 40 respiradores desenvolvidos pela Universidade de São Paulo (USP), dos quais cinco serão enviados ainda nesta sexta-feira.
No Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite (PSDB) colocou o Estado à disposição para o que “puder ser feito no sentido de ajudar”. “Estamos numa outra ponta do País, mas a solidariedade que o momento exige supera qualquer distância. Se for necessário, o RS está a postos”, escreveu em rede social.
O governador interino do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), disse ter falado com o chefe do executivo amazonense. “A situação do Amazonas é desesperadora e sensibiliza a todos nós. Liguei ontem para o governador Wilson Lima para prestar todo meu apoio e dialogar como o RJ pode colaborar. O momento é de união”, postou em rede social.
Em Roraima, o governador (sem partido) Antonio Denarium se dispôs a ajudar, mas disse defender a suspensão de viagens entre os dois Estados. “Prestei minha solidariedade ao governador, disponibilizei a ajudar nesse momento difícil pelo qual passam e pedi para fazermos um decreto suspendendo as viagens entre os estados para evitar colapso em RR.”
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