A Rússia produziu o primeiro lote de sua nova vacina contra a covid-19, disse a agência de notícias Interfax, citando o Ministério da Saúde neste sábado, 15, horas depois que o órgão anunciou o início da fabricação.
Alguns cientistas disseram temer que, com a rápida aprovação regulatória, Moscou esteja colocando o prestígio nacional antes da segurança em meio à corrida global para desenvolver uma vacina contra a doença.
A Rússia disse que a vacina, a primeira para o coronavírus a entrar em produção, será lançada até o final deste mês.
Sua aprovação vem antes de testes que normalmente envolveriam milhares de participantes, comumente conhecidos como Fase III. Esses ensaios são geralmente considerados precursores essenciais para uma vacina para garantir a aprovação regulamentar.
A vacina foi batizada Sputnik V, em homenagem ao primeiro satélite do mundo lançado pela União Soviética. O presidente Vladimir Putin garantiu ao público que ela é segura, afirmando que uma de suas filhas teria testado a droga na condição de voluntária e sentido-se bem.
Responsável pela distribuição da vacina, o Instituto Gamaleya, de Moscou, disse anteriormente que a Rússia estaria produzindo cerca de 5 milhões de doses mensais da droga até dezembro e janeiro, de acordo com a agência Interfax.
Na quarta-feira, 12, o governo do Paraná anunciou um acordo com a Rússia para auxiliar no desenvolvimento de uma eventual vacina contra a covid-19. A partir do memorando, o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) deve estreitar os laços com o Instituto Gamaleia de Moscou, que lidera o desenvolvimento da Sputnik V. O Estado ainda não teve acesso aos resultados dos testes clínicos realizados pela Rússia e países aliados.
No mesmo dia, a Embaixada da Rússia no Brasil também afirmou negociar um acordo sobre a vacina com o governo da Bahia. Em nota, a Embaixada informou que, em 30 de julho, o chanceler russo, Sergey Akopov, participou de uma videoconferência com o governador baiano e presidente do Consórcio do Nordeste, Rui Costa, e o secretário de Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas. O tema da conversa foi uma possível parceria entre as instituições de pesquisa baianas e os centros científicos russos nos testes e produção do imunizante. Foi discutida também a possibilidade de outros estados da região se juntarem à negociação.
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