A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou nesta quarta-feira, 4, para a diminuição dos estoques de máscaras, óculos e outros equipamentos de proteção, essenciais para os profissionais de saúde que combatem a epidemia de coronavírus. Vários países tentam controlar os estoques desses itens.
A OMS teme que a escassez desses produtos seja resultado do "aumento da demanda, acúmulo ou abuso". O diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse a repórteres em Genebra, na Suíça, que os preços das máscaras multiplicaram por seis e os dos respiradores por três. "Não podemos parar a COVID-19 [a doença causada pelo coronavírus] sem proteger os profissionais de saúde", falou.
Ghebreyesus afirmou ainda que a OMS enviou mais de meio milhão de kits de material de proteção para 27 países, mas alertou que "os suprimentos estão acabando rapidamente".
A falta de equipamentos na China causou o contágio de milhares de profissionais de saúde e a morte de dezenas deles.
Compras compulsivas
Em Seul, pelo menos 500 pessoas fizeram fila em um supermercado na quarta-feira para comprar máscaras e o presidente sul-coreano Moon Jae-in pediu desculpas pela falta do produto. O vírus infectou 4.812 pessoas e matou 28 na Coreia do Sul, onde há mais casos novos diariamente do que na China.
O país fabrica 10 milhões de máscaras por dia e o governo ordena que os fabricantes entreguem metade de sua produção em correios, farmácias e cooperativas agrícolas para vender a um preço fixo reduzido, em uma quantidade máxima de cinco unidades por pessoa.
Desabastecimento
A falta de equipamentos de proteção vem provocando governos de diversos países a tomarem algumas medidas. Na Indonésia, a polícia confiscou 600 mil máscaras em um armazém na região da capital, Jacarta, depois que os primeiros casos no país foram confirmados.
Alemanha e Rússia decidiram proibir a exportação de material médico para garantir que suas equipes de saúde possam cuidar dos doentes.
Na Itália, Luigi D'Angelo, diretor do Departamento de Proteção Civil, disse à AFP que o país, onde não se fabricam máscaras, importaria 800 mil da África do Sul. No entanto, o local necessita de, pelo menos, mais de 10 milhões de máscaras.
Na França, onde 2.000 máscaras foram roubadas de um hospital, o presidente Emmanuel Macron anunciou na terça-feira que seu governo exigirá que a produção seja reservada aos trabalhadores da saúde e aos doentes.
Na China, um alto funcionário do Ministério da Indústria, por sua vez, pediu às empresas de material de proteção que aumentassem sua produção e exportação, porque a demanda em Hubei já está sendo atendida.
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