A Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul, está estudando a possibilidade da criação de uma nova turma de Medicina destinada apenas aos moradores de assentamentos da Reforma Agrária após pressão de ativistas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O curso de Medicina é o mais concorrido de toda a universidade.
O vestibular seria uma etapa que esse público não precisaria enfrentar, visto que a metodologia de aceitação dos interessados no curso seria feito pela questão ideológica, através de uma carta em que cada candidato narrasse suas “vivências de luta pela terra, as experiências em acampamentos, assentamentos ou comunidades rurais”.
Essa ação é resultado do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Proneta), instituído durante o governo Lula de 2009. O texto também prevê que os líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) integrem os Colegiados de Coordenação do curso.
A possibilidade dessa tratativa se tornar realidade não agradou o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers). A entidade emitiu nota oficial em que explicando porque é contra a flexibilização no curso de Medicina, especialmente, porque “há grave risco de redução da qualidade de formação técnica dos alunos”.
Cerca de 30 professores da instituição já se posicionaram contra a renovação da "Turma Especial de Medicina Veterinária (TEMV), oportunidade em que pediram reais oportunidades para estudantes de baixa renda vinculados ao meio rural, sem estar necessariamente ligados aos movimentos sociais.
Em contraponto, a Reitoria da instituição afirmou que essa flexibilização é baseada em demanda legítima dos movimentos sociais, e comunicou que será concretizada.
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