O médium João de Deus é acusado por dez mulheres de ter cometido abusos sexuais durante atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, na cidade de Abadiânia, em Goiás. O caso veio à tona através do programa Conversa com Bial, da TV Globo, nesta sexta-feira (07).
Das dez mulheres apenas uma aceitou se identificar. A coreógrafa holandesa Zahira Leeneke disse que teve acesso à Casa em 2014 quando buscava auxílio espiritual para superar traumas causados por abusos sexuais do passado. As demais vítimas preferiram o anonimato pelo constrangimento, além do medo de represálias.
Conforme o G1, com base no relato das mulheres, João de Deus tinha a mesma maneira de agir. O médium pedia a elas, durante os atendimentos coletivos, que as procurasse posteriormente em sua sala. A justificativa era que tinham sido escolhidas para receber a cura. Conforme os depoimentos, quando estavam sozinhas com João de Deus na sala, eram abusadas sexualmente.
- Foto: Reprodução/ TV AnhangueraMédium João de Deus
A coach espiritual e autora americana, Amy Biank, que levava pessoas em peregrinação para a Casa Dom Inácio de Loyola desde 2002, afirmou que as pessoas que trabalham com o médium sabem dos abusos, mas, alegou que quem tenta denunciar acaba saindo da Casa por medo, já que ele é um “homem muito poderoso”. Uma das mulheres contou que João de Deus alegava que fazia parte do processo de cura não contar para ninguém o que havia acontecido.
“Todas as entidades que vinham, umas três, falavam que não era para eu contar o que tinha acontecido ali”, detalhou a mulher.
O que disse João de Deus
Por meio de sua assessoria de imprensa, João de Deus enviou uma nota ao programa do Bial negando todas as acusações.
"Há 44 anos, João de Deus atende milhares de pessoas em Abadiânia, praticando o bem por meio de tratamentos espirituais. Apesar de não ter sido informado dos detalhes da reportagem, ele rechaça veementemente qualquer prática imprópria em seus atendimentos".
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