A disputa por uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU) se antecipou e já gerou tensões entre partidos da base do Governo Lula, especialmente entre o PT e outras legendas do Centrão, como PSD, União Brasil e PL. A vaga será aberta com a aposentadoria do ministro Aroldo Cedraz, prevista para fevereiro de 2026, mas a disputa se intensificou devido ao pedido do PT no ano passado e à reação negativa de outros partidos que não concordam com o acordo inicial firmado por líderes da Câmara.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), havia se comprometido a apoiar a candidatura de um petista para o TCU, em troca de apoio do PT para sua candidatura à presidência da Casa. A promessa foi feita junto com o ex-presidente Arthur Lira (PP-AL) e foi reforçada em reuniões recentes. Contudo, a falta de alinhamento entre os partidos e a insatisfação com o governo Lula no Congresso têm gerado disputas internas e candidaturas avulsas por parte de outros partidos.

A disputa pelo cargo no TCU envolve deputados de diversas siglas, como Pedro Paulo e Hugo Leal, do PSD, além de nomes do União Brasil e PL, como Danilo Forte e Elmar Nascimento. O cargo no Tribunal de Contas é vitalício e oferece um salário de R$ 41,8 mil mensais, além de poder de decisão sobre contratos e licitações do governo. A disputa será realizada por voto secreto e precisa ser confirmada pelo Senado.
O impasse surge devido ao compromisso do PT com o apoio a Motta, que já tem o apoio do presidente da Câmara e de outros deputados. A falta de consenso entre os partidos e o desentendimento sobre o apoio à candidatura de Motta têm feito com que parlamentares de outras legendas apresentem suas próprias opções para o cargo. A pressão aumenta, e o PT tenta evitar que a disputa acirre ainda mais a polarização política, o que pode afetar a escolha final.
A situação se complica ainda mais quando se considera o histórico de eleições para o TCU, como as de 2005 e 2006, quando candidatos do PT perderam as disputas para representantes de outros partidos. Para garantir o sucesso de seu candidato, o PT espera que Motta e Lira cumpram o acordo de desestimular outras candidaturas, de modo a manter o controle sobre a escolha do nome para o tribunal.
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