O líder do Governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), afirmou que o PT só começará a pensar em um sucessor para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2030, descartando a existência de um "plano B" para as eleições presidenciais de 2026. Segundo ele, a coalizão que elegeu Lula em 2022 depende não apenas de uma reforma ministerial, mas também da popularidade do presidente, que tem caído devido a questões como o aumento dos preços dos alimentos e a polêmica em torno do monitoramento de transações pelo PIX.
Randolfe destacou que a comunicação do governo, com Lula assumindo um papel mais ativo, será crucial para reverter esse cenário. A reforma ministerial em discussão visa fortalecer a base aliada, especialmente partidos do centrão, como o PSD, que já ocupa três pastas no governo. O partido, liderado por Gilberto Kassab, tem criticado publicamente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chamando-o de "fraco" e sugerindo que Lula não seria reeleito se a eleição fosse hoje. No entanto, Lula minimizou as críticas, afirmando que a eleição está longe e que seu foco é cumprir as promessas de governo até 2025. Ele também defendeu Haddad, lembrando seu papel crucial na aprovação da PEC da Transição, que garantiu recursos para o início do mandato.
A popularidade de Lula, no entanto, enfrenta desafios. Pesquisas recentes mostram que a desaprovação ao governo já supera a aprovação, impulsionada pela insatisfação com a economia e a crise do PIX. Randolfe atribuiu esses problemas a equívocos pontuais, como a má condução da comunicação sobre o PIX, e defendeu que a solução está em Lula se comunicar mais diretamente com a população. Ele ressaltou que o presidente é o "maior comunicador da história brasileira" e que sua presença mais ativa pode melhorar a percepção pública.
A relação com o PSD, porém, permanece tensa. Kassab não poupou críticas a Haddad e ao governo, sugerindo que a atual gestão não teria condições de se manter no poder se a eleição fosse imediata. Lula, por sua vez, reagiu com humor às declarações, brincando que a eleição só ocorrerá em 2026 e que há tempo para corrigir rumos. Ele também reforçou a importância de Haddad, destacando seu papel na transição e na garantia de recursos para o governo.
Enquanto isso, a reforma ministerial segue em discussão, com o objetivo de manter a coalizão que elegeu Lula em 2022. A estratégia inclui abrir mais espaço para partidos do centrão, como o PSD, evitando que migrem para a oposição. Randolfe reconheceu que a popularidade de Lula será um fator decisivo para manter esses partidos aliados, mas reiterou que o foco do PT é garantir a reeleição do presidente em 2026, sem considerar alternativas para um sucessor antes de 2030.
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