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Política

Sucessão de Arthur Lira pode forçar Centrão a se dividir entre PL e Governo na Câmara

O cenário atual aponta para uma reorganização do Centrão e das forças políticas na Câmara.

A disputa pela sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara dos Deputados pode reorganizar as alianças do Centrão e impactar a distribuição de cargos na Mesa Diretora e nas comissões da Casa. O nome mais cotado por Lira para sua sucessão é o de Hugo Motta (Republicanos-PB), que tenta angariar apoio do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Entretanto, outros dois nomes de peso, Elmar Nascimento (União-BA) e Antônio Brito (PSD-BA), buscam o apoio do Governo Federal para fortalecer suas candidaturas.

Em 2023, Lira formou o "superbloco" com partidos como PP, União Brasil e PSB, uma estratégia que garantiu a sua força nas comissões da Câmara, inclusive a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). No entanto, o grupo sofreu um racha quando Lira indicou Motta como seu sucessor, contrariando parte de sua base que apoiava Elmar Nascimento. O apoio de Motta foi construído com a renúncia de Marcos Pereira (Republicanos-SP) e pode atrair o PL para a sua campanha.

A CCJ, um dos órgãos mais disputados da Câmara, teve sua presidência cedida ao PT em 2023, enquanto o PL comanda em 2024. A nova composição de forças entre os blocos partidários a partir da eleição para a presidência da Casa pode alterar o controle de comissões estratégicas. Embora o líder do PT na Câmara, Odair Cunha (MG), tenha indicado Motta para discussão, não há consenso entre os governistas sobre o apoio ao candidato de Lira, já que ele é visto como ligado ao ex-presidente Bolsonaro.

De outro lado, Elmar Nascimento e Antônio Brito articulam um bloco mais alinhado ao governo, com o apoio de partidos da base, como PDT e PSB. Ambos buscam consolidar suas candidaturas antes da eleição, que acontecerá em fevereiro de 2025, quando o voto dos deputados será secreto. Lula, por sua vez, tem evitado se envolver diretamente na disputa, recebendo todos os candidatos, mas sem manifestar apoio público a nenhum.


O cenário atual aponta para uma reorganização do Centrão e das forças políticas na Câmara, com o PSD, União Brasil e outros partidos do "superbloco" de Lira repensando suas alianças. Uma possível coalizão liderada por Elmar Nascimento pode ter o apoio de mais de 330 deputados, caso conte com partidos como MDB, Solidariedade e PRD, além do PDT e PSB. O Governo Federal, por enquanto, se mantém cauteloso sobre as alianças que podem garantir maior estabilidade nos próximos dois anos.

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