O presidente da Argentina, Javier Milei, decidiu acabar com o financiamento público dos partidos políticos. A medida foi anunciada durante a abertura das sessões da Assembleia Legislativa do país argentino, no início desta semana.
Em seu discurso, Milei afirmou que as legendas políticas fazem parte de uma “casta privilegiada”, e que, a partir de agora, deverão buscar o autofinanciamento.
“Eliminaremos o financiamento público dos partidos políticos. Cada agremiação terá de se financiar com contribuições voluntárias de doadores ou dos seus próprios membros. A casta privilegiada vive como se fossem monarcas, há uma vulgaridade do desperdício, um esquema consciente e planejado”, disse o presidente argentino.
O mandatário também fez críticas às gestões anteriores, afirmando que os últimos 20 anos “foram um desastre econômico, com uma orgia de gastos públicos, emissões descontroladas e o pior herança que um governo recebeu”.
Estado mínimo
Javier Milei também enfatizou sua defesa ao chamado Estado mínimo “Recebemos um Estado que faz tudo e faz tudo errado. Quanto mais o Estado estiver presente, maior será o desperdício e menor o bem-estar para os bons argentinos”, completou.
Fiscalização de sindicatos
O presidente argentino garantiu que obrigará os sindicatos “a elegerem as suas autoridades através de eleições periódicas e livres, supervisionadas pela Justiça Eleitoral, que limitarão os mandatos a quatro anos e estabelecerão o limite de uma única reeleição”.
“Pacto 25 de Maio”
Ainda no seu discurso, Milei conclamou os governadores das províncias argentinas a assinarem o chamado “Pacto 25 de Maio”, que prevê um consenso em busca de melhorias para a economia do país.
Confira os principais pontos defendidos no pacto proposto por Milei:
- A inviolabilidade da propriedade privada;
- O equilíbrio fiscal inegociável;
- A redução dos gastos públicos para um nível em torno de 25% do Produto Interno Bruto;
- Uma reforma tributária que reduza a pressão tributária, simplifique a vida dos argentinos e promova o comércio interno e internacional;
- A rediscussão da partilha de impostos federais;
- Um compromisso das províncias para promover a exploração dos recursos naturais do país;
- Uma reforma trabalhista moderna que promova o trabalho formal;
- Uma reforma previdenciária que dê sustentabilidade ao sistema, respeite quem contribuiu e permita aderir a um sistema de previdência privada para quem preferir;
- Uma reforma política estrutural que modifique o sistema atual e realinhe os interesses dos representantes e dos representados;
- A abertura ao comércio internacional, para que a Argentina volte a ser protagonista no mercado global.
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