As bancadas do PSDB, PSB e PDT na Câmara dos Deputados vão se reunir nesta terça-feira para definir o rumo na disputa pelo comando da Casa. Os três partidos, que inicialmente apoiariam a candidatura de Elmar Nascimento (União Brasil-BA), devem reconsiderar e anunciar aliança com Hugo Motta (Republicanos-PB), favorito e já apoiado por partidos de peso, como PL, PT, PCdoB e MDB. Juntos, PSDB, PSB e PDT somam 44 parlamentares, um apoio significativo à força de Motta, que tem sido articulado com a influência do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
A expectativa é que PSB e PDT façam o anúncio de apoio a Motta em conjunto, enquanto o PSDB planeja comunicar a decisão em evento separado. Integrantes dessas legendas, no entanto, avaliam que a candidatura de Elmar Nascimento dificilmente resistirá ao favoritismo do adversário, impulsionado pelo grande apoio partidário. Paralelamente, o União Brasil também discute a possibilidade de sacramentar a desistência de Elmar na corrida e abrir negociações por novos espaços de influência no Congresso.
A adesão a Motta por outras bancadas, como o PSD, que tem Antônio Brito como candidato próprio, está em análise. O PSD deve discutir, em reunião na terça-feira, se manterá Brito na disputa ou se unirá ao bloco de apoio ao líder do Republicanos. Deputados da legenda têm pressionado por uma decisão favorável ao favorito, em função da ampla aliança em torno de Motta e do enfraquecimento de outras candidaturas.
Diante desse cenário, Elmar Nascimento poderá abrir mão da candidatura em troca de posições estratégicas na Câmara. O União Brasil negocia a indicação de Elmar para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a relatoria do orçamento e a terceira escolha da Mesa Diretora, visando ocupar a segunda vice-presidência da Casa. A movimentação indica o alinhamento do partido com os interesses do grupo liderado por Arthur Lira.
Em oposição a Motta, o PSOL também se reunirá para discutir a indicação de um candidato próprio. O bloco de apoio ao líder do Republicanos soma 326 deputados, número que excede o necessário para a vitória em primeiro turno, desde que não ocorram traições significativas entre os aliados.
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