O ex-ministro Aldo Rebelo, que já ocupou cargos no alto escalão dos governos petistas, afirmou que os atos de 8 de janeiro de 2023 não representam uma tentativa de golpe de estado, como defende uma parcela da sociedade. A declaração foi dada nesta segunda-feira (8), um ano após o acontecimento.
Na avaliação de Aldo Rebelo, atribuir a tentativa de um golpe aos atos realizados nas sedes dos Três Poderes serve apenas para alimentar a polarização em vigor no país.
“Faz bem à polarização atribuir ao antigo governo a tentativa de dar um golpe. Criou-se uma fantasia para legitimar esse sentimento que tem norteado a política nos últimos anos. É óbvio que aquela baderna foi um ato irresponsável e precisa de punição exemplar para os envolvidos. Mas atribuir uma tentativa de golpe àquele bando de baderneiros é uma desmoralização da instituição do golpe de Estado”, afirmou o ex-ministro em entrevista ao Poder360.
O ex-deputado comparou os atos de 8 de janeiro a uma manifestação do movimento do MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra), uma dissidência do MST, que invadiu a Câmara dos Deputados em 2006, depredou parte do patrimônio e deixou 24 pessoas feridas.
“Eles levaram um segurança para a UTI, derrubaram um busto do Mario Covas. Eu dei voz de prisão a todos. A polícia os recolheu e eu tratei como o que eles de fato eram: baderneiros. Não foi uma tentativa de golpe. E o que houve em 8 de janeiro é o mesmo”, disse Rebelo, que, à época dos fatos era o presidente da Câmara dos Deputados.
Aldo Rebelo foi deputado federal por cinco mandatos e presidente da Câmara entre 2005 e 2007. Foi ministro de quatro pastas diferentes nos governos Lula e Dilma: Coordenação Política (2004-2005), Esporte (2011-2015), Ciência e Tecnologia (2015) e Defesa (2015-2016).
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