O ex-prefeito de Teresina Sílvio Mendes, candidato a governador do Piauí pelo União Brasil, contratou por R$ 400 mil, uma empresa investigada pela CPI dos Aplicativos da Câmara Municipal de São Paulo acusada de criar perfis falsos para fazer ataques na internet contra adversários de seus clientes.
A empresa Benjamim Comunicação LTDA ainda é investigada por suposto envolvimento na criação de postagens de memes e comentários para desestabilizar o movimento de entregadores de aplicativo que cobravam melhorias de trabalho por parte de um aplicativo de entregas.
Segundo a CPI, a empresa teria sido contratada pelo aplicativo de entregas iFood para produzir conteúdo amador para tentar desmobilizar o movimento trabalhista de entregadores de aplicativo, que lutava por melhorias trabalhistas. A empresa teria criado perfis que publicavam conteúdo a fim de suavizar a greve dos entregadores de aplicativo, deflagrada em julho de 2020.
A Benjamim Comunicação tem como sócio administrador o empresário Luiz Flávio Guimarães Marques, conhecido como Lula Guimarães.
CPI dos Aplicativos
A CPI dos Aplicativos tem o objetivo de investigar contratos das empresas por aplicativo que atuam no transporte particular de passageiros individual remunerado e das empresas de aplicativos para transporte de delivery, realizada por motoboys em São Paulo, bem como avaliar situações trabalhistas dos colaboradores e o recolhimento de impostos para o município.
Contratação da empresa investigada
A empresa Benjamim Comunicação LTDA foi contratada por R$ 400 mil para produção de conteúdo para a campanha de Sílvio Mendes ao Governo do Piauí. Até o momento, o candidato já utilizou pouco mais de 20% desse valor contratado, como consta no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
iFood se manifesta
Por meio de nota, o Ifood informou que cancelou o contrato com a Benjamin Comunicação ainda em abril deste ano.
Confira a nota do iFood na íntegra:
“O iFood segue à disposição da comissão para prestar os devidos esclarecimentos feitos pelos parlamentares.
“A relação do iFood com o Operador Logístico é de intermediação, não de terceirização. A plataforma não tem qualquer ingerência na relação entre o OL e seus entregadores, mas garante que estas empresas passem por análise de dados cadastrais e estão submetidas ao Código de Conduta e Ética do iFood, devendo estar em dia com as suas obrigações legais, trabalhistas e fiscais perante o poder público. Qualquer denúncia por irregularidade, pode ser feita em nossos canais oficiais.
“Importante ainda lembrar que a operação logística neste modelo (empresas de logística) não foi criada pelos aplicativos e existe há bastante tempo, antes mesmo do surgimento do iFood e das empresas do setor. Os Operadores Logísticos não possuem exclusividade com o iFood e podem prestar serviços através de outras plataformas e empresas.
“Conforme já anunciado, o iFood cancelou o contrato com a Benjamin Comunicação no dia 9 de abril. Também contratou um grande escritório de advocacia para apurar os fatos e se houve violação do Código de Conduta e Ética da empresa por funcionários ou fornecedores.
“O iFood também está se organizando para criação de um debate amplo sobre a comunicação nas redes sociais envolvendo diversos atores da sociedade. Além disso, a empresa se comprometeu a realizar treinamentos internos com todos os colaboradores sobre conceitos relacionados à desinformação.”
Outro lado
Sílvio Mendes não foi localizado pelo GP1 para comentar o caso.
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