O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira, 27, em frente ao Palácio da Alvorada, que haverá mais operações da Polícia Federal no Rio de Janeiro, mas que não se trata de "informação privilegiada". Ontem, a corporação cumpriu mandado de buscas e apreensão no Palácio das Laranjeira, residência oficial do governador Wilson Witzel (PSC), e outros endereços ligados ao governo do Estado. Bolsonaro não falou sobre a operação da PF de hoje, que atinge aliados seus.
"Vai ter mais. Enquanto eu for presidente, vai ter mais. Isso não é informação privilegiada, não. Vão falar que é informação privilegiada", disse Bolsonaro em resposta a um apoiador que agradeceu à PF "pela ação que tomou ontem no Rio de Janeiro contra aquele governador que não quer nada".
Para outro apoiador que cobrou "Justiça em tempo real para todos que cumpriram crimes contra a população", o presidente respondeu apenas: "A Polícia Federal está agindo". Ontem, ao comentar a operação contra Witzel, deu "parabéns para a PF".
Nesta quarta-feira, uma nova ação da PF que tem como alvo apoiadores do presidente, como o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, o deputado estadual Douglas Garcia (PSL), o empresário Luciano Hang, o blogueiro Allan dos Santos, do site bolsonarista Terça Livre, e a ativista bolsonarista Sara Winter.
A operação é parte do inquérito das fake news, que investiga os responsáveis por articular ataques virtuais a ministros do Supremo Tribunal Federal.
Já a ação de ontem da PF faz parte da Operação Placebo, que apura possíveis desvios de recursos públicos destinados ao atendimento do estado de emergência de saúde pública do coronavírus no Rio.
Segundo a PF, há indícios de um esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do Estado do Rio de Janeiro.
Uma declaração da deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP) levantou suspeita de vazamento da operação. Na noite de segunda-feira, a parlamentar havia dito, em entrevista à Rádio Gaúcha, que a PF estava prestes a deflagrar operações para investigar irregularidades cometidas por governadores durante a pandemia da covid-19.
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