Em meio à crise do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro convocou ministros para uma reunião extraordinária nesta segunda-feira, às 17h, no Palácio do Planalto. Também está prevista a participação do vice-presidente, Hamilton Mourão, e de presidentes de bancos públicos.
O encontro está previsto para o mesmo horário em que normalmente ocorrem as coletivas de imprensa do Ministério da Saúde e outras pastas pasta fazer um balanço diário sobre a situação do novo coronavírus no País. Luiz Henrique Mandetta participará da reunião com Bolsonaro. Enquanto isso, ele será representado por técnicos na entrevista, que será coordenada pelo Ministério da Casa Civil.
Mais cedo, Bolsonaro promoveu um almoço com ministros e o ex-ministro da Cidadania, deputado Osmar Terra (MDB-RS), que tem se colocado como voz de oposição ao discurso do Ministério da Saúde em prol do isolamento social como medida de enfrentamento ao novo coronavírus.
Bolsonaro vive uma crise com ministro da Saúde e, em meio a divergências sobre estratégia para combate ao novo coronavírus, o presidente mandou recados no domingo, 5. Em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, ele disse que “algo subiu na cabeça” de pessoas do seu governo, mas que a “hora deles vai chegar”. “A minha caneta funciona”, afirmou Bolsonaro, sem mencionar nomes.
Bolsonaro voltou a descumprir recomendações mais básicas do Ministério da Saúde contra a covid-19. Em frente ao Palácio da Alvorada, ele cumprimentou e abraçou apoiadores, com quem se aglomerou para orações. Bolsonaro chegou a afirmar que seria “esculhambado” pela imprensa ao receber pedidos de selfies.
Na semana passada, o presidente já havia contrariado orientações sanitárias ao fazer um tour por Brasília, quando também provocou aglomerações e cumprimentou fãs. O Ministério da Saúde coloca o Distrito Federal, onde vive Bolsonaro, como uma das unidades da federação que estão entrando em fase “descontrolada” de contaminação, quando já não é possível indicar quantos casos serão registrados. Para estes locais, a pasta recomenda que medidas de isolamento amplo sejam mantidas.
O presidente também voltou a criticar, neste domingo, quarentenas determinadas por governadores. Ele disse que “cada chefe do Executivo” quis impor “mais medidas restritivas que o outro”. “Como se estivessem preocupados com a vida de alguém. A gente sabe que a preocupação é muitas vezes jogada política”, disse Bolsonaro.
Quem estará na reunião
Abraham Weintraub, Ministro de Estado da Educação
André Luiz de Almeida, Advogado-Geral da União
Augusto Heleno, Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República
Bento Albuquerque, Ministro de Estado de Minas e Energia
Braga Netto, Ministro-Chefe da Casa Civil da Presidência da República
Damares Alves, Ministra de Estado da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos
Ernesto Araújo, Ministro de Estado das Relações Exteriores
Fernando Azevedo, Ministro de Estado da Defesa
Luiz Eduardo Ramos, Ministro-Chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República
Luiz Henrique Mandetta, Ministro de Estado da Saúde
Marcelo Álvaro Antônio, Ministro de Estado do Turismo
Marcos Pontes, Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
Onyx Lorenzoni, Ministro de Estado da Cidadania
Paulo Guedes, Ministro de Estado da Economia
Pedro Guimarães, Presidente da CAIXA
Ricardo Salles, Ministro de Estado do Meio Ambiente
Roberto Campos Neto, Presidente da Banco Central do Brasil
Rogério Marinho, Ministro de Estado do Desenvolvimento Regional
Rubem Novaes, Presidente do Banco do Brasil
Sergio Moro, Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública
Tarcísio Gomes de Freitas, Ministro de Estado da Infraestrutura
Tereza Cristina, Ministra de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Wagner Rosário, Ministro de Estado da Controladoria-Geral da União
Gustavo Montezano, Presidente do BNDES
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