O deputado estadual Júlio Arcoverde (PP) criticou nesta sexta-feira (29) o que classificou como uma “histeria dos partidos da base” pela distribuição dos cargos no governo e afirmou que o Progressistas não vai “colocar uma faca no pescoço do governador Wellington Dias”.
Agora que a reforma administrativa foi aprovada na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), o governador deverá ainda definir que cargos os partidos aliados irão ocupar. Já houve troca de farpas entre os aliados devido a forma como deve ocorrer essa distribuição.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1Júlio Arcoverde
O deputado Júlio Arcoverde deixou claro que o PP não vai agir como alguns partidos aliados. “Tenho visto pela imprensa uma certa histeria dos partidos da base incomodados e o que eu digo sempre é que não podemos colocar faca no pescoço do governador Wellington Dias. Ele precisa ter o timing para fazer a reforma, pode ser que ele faça na semana que vem, pode ser que espere depois da Semana Santa, então essa escolha de secretários, de quem vai assumir, isso é uma escolha exclusiva do governador”, explicou.
Diferente de alguns aliados, a exemplo dos emedebistas e petistas, que estão deixando claro como querem a distribuição dos cargos, o deputado disse que respeita o governador e que por isso nenhum membro da legenda irá tratar sobre isso com a imprensa ou em qualquer rede social.
“O Progressista não vai discutir isso em rede social, não vai discutir em imprensa, temos o maior respeito pelo governador, ele sabe o nosso jeito de trabalhar e de participar do governo. Então vamos deixar ele totalmente livre para fazer a escolha [dos cargos que o Progressitas deve ocupar]”, destacou.
O parlamentar explicou que o partido não irá atrapalhar o governador sobre que cargos poderá ocupar no governo. “A escolha é total do governador, nós Progressistas nunca iremos para a imprensa para falar de quantidade ou para colocar faca no pescoço do governador”, afirmou.
- Foto: Helio Alef/GP1Governador Wellington Dias
Atrito entre aliados
Recentemente o deputado Franzé Silva (PT) afirmou que a distribuição de cargos tem que ser proporcional à quantidade de votos conquistada por cada partido no pleito que reelegeu o governador Wellington Dias em 2018. Essa estratégia beneficia principalmente o Partido dos Trabalhadores. Para pôr mais lenha na fogueira, Franzé disse que a escolha de cargos não será feita na base de “quem grita mais”.
As declarações de Franzé desencadearam a imediata reação do MDB. O deputado João Mádison (MDB) disse que seria “melhor o PT ficar com tudo” já que, de acordo com o emedebista, o Partido dos Trabalhadores já possui mais de 80% dos cargos.
Outro problema é que o governador não está disposto a colocar alguns cargos estratégicos a disposição dos aliados, o que também não tem agradado. Cargos mais técnicos e de confiança, é da cota pessoal de Wellington Dias. Entre essas indicações estão a de Fábio Abreu, na Secretaria de Segurança Pública, e Osmar Júnior, na Secretaria de Governo, que já foram nomeados para os cargos. Rafael Fonteles é outro nome cotado para permanecer na Secretaria de Fazenda.
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