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Política

Consórcio do Nordeste é criado para reduzir gastos em nove estados

Identidade entre os estados estabelece carteira de investimentos e ações conjuntas.

Em edição histórica do Fórum de Governadores do Nordeste em São Luís (MA), nesta quinta-feira (14), os chefes do Executivo dos noves estados firmaram o Consórcio Nordeste, mecanismo de gestão que deve integrar a administração regional gerando eficácia na gestão e economia de gastos públicos. Antes de ser implantada, a medida será apreciada pelas Assembleias Legislativas estaduais. No fórum, os governadores também se posicionaram sobre temas nacionais.

Para o governador do Maranhão, Flávio Dino, o consórcio representa um salto cooperativo na integração federativa entre os estados do Nordeste. “Esse ideário vai permitir que juridicamente os nossos estados atuem em torno de determinados pontos como se fossem um só”, reforçou.


  • Foto: Divulgação/AscomWellington Dias e Flávio Dino assinam Termo de CooperaçãoWellington Dias e Flávio Dino assinam Termo de Cooperação

O governador Wellington Dias afirma que o consórcio vai propiciar a integração regional em diferentes áreas. “Na área social, na área de serviços, segurança, saúde, em uma situação de emergência como a gente viveu há pouco tempo no Ceará. Havia muitos protocolos para poder a Polícia Militar do Piauí ajudar alí, ou os delegados, e agora podemos fazer de uma forma automática. Ao mesmo tempo, mutirões na área de saúde, estratégia na área de pesquisa, na área de educação”, pontuou.

Dias ainda destaca a cooperação em forma de bloco econômico para as áreas de infraestrutura regional, turismo, desenvolvimento de fruticultura e criação de animais. “Tudo isso colocado de forma conjunta do Nordeste na relação com o Brasil e com o Mundo”, completa.

Eleito o primeiro presidente do Consórcio Nordeste o governador da Bahia, Rui Costa, explica que a medida é uma ferramenta de gestão. “É uma ferramenta jurídica, administrativa, que busca eficiência do gasto público, que busca colocar em prática ferramentas de desenvolvimento regional, ferramenta de compartilhamento de estrutura, de pessoal, busca redução de custos, através de compartilhamento de licitações, onde nós saltamos a escala das licitações. Se a Bahia licita para 15 milhões de habitantes, nós vamos, eventualmente, licitar para toda a população nordestina”, informou.

O governador baiano vê com otimismo a celebração de parcerias em políticas públicas e a concretização do federalismo regional, vertente defendida por grandes estudiosos da política nacional nas últimas décadas. “Espero que ao longo deste ano de mandato, nós possamos concretizar, materializar várias ações, deixando um saldo positivo para cada estado no que diz respeito a desenvolvimento, economia e racionalidade do gasto público”, assinalou Rui.

A edição do Fórum de Governadores também destacou o posicionamento unânime dos chefes de Executivo do nordeste sobre temas como a Reforma da Previdência, a desvincularização e a questão da segurança pública e sua relação com o porte de armas. De acordo com os governadores, todas os temas foram consignados por consenso mostrando a identidade dos estados do nordeste.

Reforma da Previdência

Para os governadores nordestinos a Reforma da Previdência surge enquanto um debate necessário para o país. No entanto os estados consignaram algumas “cláusulas de exceção”, assinalando pontos que não devem constar na reforma. Os governadores defendem a manutenção das regras da previdência na constituição. “Somos contra a desconstituição. A previdência é um direito fundamental, logo tem que estar na Constituição”, afirma Dino.

Os chefes de Executivo também são contrários ao regime de capitalização afirmando que a medida afetará os mais pobres que não terão condições de acompanhar esta mudança. “Nós colocamos o Nordeste pronto para assumir responsabilidades, no sentido de equalizar o déficit da previdência, mas deixamos claro que não queremos os mais pobres na conta. Isso é um prejuízo para o Brasil e de modo especial para a região. Tirar os rurais, as pessoas do benefício da prestação continuada, que são os mais pobres, é um risco”, explica Wellington Dias.

Desvinculação

A desvincularização orçamentária que vem sendo proposta nacionalmente é outro ponto visto como de risco para os estados nordestinos pois, de acordo com os governadores, isso vai resultar em redução de repasses para Estados e Municípios. “Se aprovada, será um desastre social para o Brasil por resultar em diminuição de investimentos em Saúde e Educação, sobrecarregando ainda mais estados e municípios que são os detentores das redes de investimentos”, alertou Flávio Dino.

Investimentos Regionais

Contrários à PEC que prevê a destituição de mecanismos regionais de desenvolvimento como a Sudene, o Banco do Nordeste e Chesf e outros os governadores defendem a manutenção desses mecanismos enquanto fomentadores do desenvolvimento nacional. “Consideramos que esses organismos são fundamentais, não só para o Nordeste como para o Brasil, uma vez que superar as dificuldades regionais não é um direito dos nordestinos mas do Brasil, escrito na Constituição da República. Por isso, somos contrários à extinção ou privatização de qualquer um desses mecanismos da vida política e econômica do Nordeste”, defendeu o governador do Maranhão.

Porte de armas

Pautados pelo massacre na escola estadual em Suzano (SP) e pelo ano de morte da vereadora Marielle Franco (RJ) os governadores se posicionaram sobre o caso relacionado com o tema da segurança pública. “Serve de alerta para a preservação do estatuto do desarmamento. A ampliação do porte de arma dificultaria a manutenção da segurança pública e do estado de paz do Estado Brasileiro. Defendemos o cumprimenro do Fundo de Segurança Pública e do Sistema Único de Segurança Pública para estados e municípios aprimorar suas ações de segurança”, concluiu Dino.

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