A Polícia Federal realizou, nesta sexta-feira (22), operação Compensação contra o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas. A ação cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços do senador em Teresina, Brasília e São Paulo.
Em Teresina, um dos endereços, foi a mansão do senador localizada na Avenida João XXIII. Os policiais chegaram ao endereço por volta das 5 horas da manhã. Após realizar varredura, os agentes ficaram aguardando por duas horas a chegada de um chaveiro para que abrisse o cofre do senador.
O chaveiro chegou às 14h40 em uma motocicleta e rapidamente conseguiu efetuar o serviço. O GP1 apurou que a PF apreendeu todo o material que estava no cofre, mas a polícia não quis revelar o teor do conteúdo.
Entenda o caso
A Polícia Federal fez buscas na casa de Ciro Nogueira e em endereços ligados a ele na manhã desta sexta-feira (22). A operação, batizada de "Compensação", foi autorizada pela ministra Rosa Weber e é decorrente de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), que investiga o senador.
Segundo a Polícia Federal, são investigados crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Pelo menos 30 policiais federais cumprem sete mandados de busca e apreensão em Teresina, Brasília e São Paulo.
Por meio de nota, a Polícia Federal informou que a investigação teve como origem depoimentos prestados por ex-executivos do Grupo J&F, dono da JBS, que afirmaram ter repassado cerca de R$ 43 milhões ao Progressistas, partido que Ciro Nogueira preside desde 2013. Os pagamentos, segundo os colaboradores, foram feitos em espécie e por meio de doações oficiais, em troca de apoio político para a campanha presidencial de Dilma Rousseff, em 2014.
Segundo a procuradora-geral Raquel Dodge, que pediu a abertura da investigação, “verifica-se nos autos existência de indícios mínimos aptos a motivar a abertura de investigação no âmbito dessa Corte sobre o pagamento de vantagens indevidas, no ano de 2014 e 2017, em beneficio do senador da República Ciro Nogueira Lima Filho para que seu partido apoiasse o governo nas eleições presidenciais, bem como não agisse contra a então presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment instaurado no Congresso Nacional”. Em nota, a procuradora-geral ainda afirmou que “parte da propina paga ao partido do parlamentar foi viabilizada por meio de doações oficiais – simuladas – e outra parte no valor de R$ 5 milhões foi paga em espécie por meio de uma pessoa ligada ao senador.
Inquérito
O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, atendeu a pedido da PGR e abriu o inquérito em setembro do ano passado. O inquérito investiga Ciro Nogueira, o ex-ministro e atual prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT) e os executivos da J&F Joesley Batista e Ricardo Saud.
Segundo os depoimentos de Joesley e Saud, o Progressistas recebeu dinheiro para apoiar o PT nas eleições de 2014. Os valores teriam sido repassados por meio de doações oficiais. Além disso, foram repassados ainda R$ 2,5 milhões em dinheiro em espécie, por meio de um supermercado do Piauí. De acordo com as delações, os pedidos eram aprovados pelo então ministro Edinho Silva. Ao todo, foram repassados R$ 43 milhões.
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