Em mais um capítulo da "guerra de listas", agora foi a vez do líder do governo na Câmara, deputado Vitor Hugo (PSL-GO), apresentar nomes para tentar levar o deputado Eduardo Bolsonaro (SP) à liderança do PSL na Casa. O documento, segundo nota divulgada pela assessoria da liderança do governo, tem 29 assinaturas e foi apresentado na manhã desta segunda-feira, 21, à Secretaria-Geral da Mesa Diretora.
Essa é mais uma tentativa do grupo de deputados do PSL ligados ao presidente Jair Bolsonaro de destituir o atual líder da bancada, Delegado Waldir (GO). Na semana passada, uma guerra de listas acabou com uma derrota para o grupo ligado a Bolsonaro e o Delegado Waldir foi mantido no posto.
Isso porque a Câmara não reconheceu algumas das assinaturas no documento pró-Eduardo. Como mostrou o Estado, ao menos quatro nomes estavam tanto nas listas a favor de Eduardo e de Waldir.
Para que a nova lista de Vitor Hugo seja validada, é preciso ainda que a Câmara confira todas as assinaturas e divulgue uma decisão sobre o tema. Na semana passada, nem todas os nomes no documento apresentado pelos "bolsonaristas" foram validados.
Acabamos de protocolar uma nova lista com 29 assinaturas. Não desistiremos da busca de estabilidade e seriedade na condução dos trabalhos da liderança do PSL na Câmara. #EduardoLiderPSL
— Vitor Hugo (@MajorVitorHugo) October 21, 2019
Nomes
A lista entregue por Vitor Hugo nesta segunda-feira tem dois nomes que antes estavam apenas no documento que pedia Delegado Waldir (GO) na liderança. Um deles é o deputado Marcelo Brum (RS). Na semana passada, Brum divulgou vídeo ao lado de Eduardo Bolsonaro e Vitor Hugo dizendo que estava corroborando para que o filho do presidente Jair Bolsonaro assumisse a liderança da bancada. “Eu estou na política pelo Jair Bolsonaro”, disse Brum.
Outro nome que “mudou de lado”, é do deputado Daniel Freitas (SC). Ao Broadcast Político, Freitas disse que havia assinado à lista de Waldir há duas semanas, antes da crise do partido implodir e ressalta sua fidelidade ao presidente Bolsonaro. “Estou protocolando um requerimento na Câmara, solicitando a não validade do meu nome na lista para Waldir como líder”, disse. Freitas disse que não chegou a conversar com Bolsonaro sobre a liderança da bancada, mas que falou com o líder do governo na Câmara, Vitor Hugo.
Além de Brum e Freitas, outros quatro nomes já estavam em ambas as listas. Daniel Silveira (RJ), Coronel Chrisóstomos (RO), Luiz Lima (RJ) e Professor Joziel (RJ). Esse último parlamentar, no entanto, não está na no documento de hoje.
Os nomes que compõem a lista apresentada por Vitor Hugo hoje, segundo ele, são: Vitor Hugo (GO), Alê Silva (MG), Aline Sleutjes (PR), Bia Kicis (DF), Bibo Nunes (RS), Carla Zambelli (SP), Carlos Jordy (RJ), Caroline de Toni (SC), Chris Tonietto (RJ), Coronel Armando (SC), Coronel Chrisóstomo (RO), Daniel Freitas (SC), Daniel Silveira (RJ), Dr. Luiz Ovando (MS), Eduardo Bolsonaro (SP), Enéias Reis (MG), Filipe Barros (PR), General Girão (RN), General Peternelli (SP), Guiga Peixoto (SP), Helio Lopes (RJ), Junio Amaral (MG), Léo Motta (MG), Luiz Lima (RJ), Luiz Philippe de Orleans e Bragança (SP), Marcelo Brum (RS), Marcio Labre (RJ), Ricardo Pericar (RJ) e Sanderson (RS).
Perda de apoio
A crise entre o presidente Jair Bolsonaro e a cúpula do PSL implodiu o único apoio fiel que o governo tinha na Câmara. Incomodados com a ofensiva do Palácio do Planalto para derrubar Delegado Waldir, deputados do partido ligados ao presidente da sigla, Luciano Bivar (PE), afirmam que passarão a atuar de forma independente, o que significa contrariar os interesses do governo em alguns casos.
Segundo levantamento do Estado utilizando a ferramenta Basômetro, que mede o governismo de deputados e partidos, o PSL é o partido que mais deu suporte às propostas de interesse do governo na Câmara. Parlamentares da sigla votaram com Bolsonaro em 99% das vezes - índice superior a DEM e Novo, que deram 94% dos votos alinhados ao governo.
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