A Polícia Federal (PF) iniciou uma nova rodada de depoimentos no inquérito que investiga se o presidente Michel Temer recebeu propina de empresas do setor portuário. Nesta quarta-feira (02), foi ouvido o arquiteto Carlos Roberto Pinto, da Graphus Arquitetura e Planejamento, que atuou na obra.
O objetivo é aprofundar a investigação sobre uma reforma realizada na casa da filha de Temer, Maristela, que teria sido bancada pelo coronel João Baptista Lima, amigo do presidente e acusado de receber propina em nome dele. Os fornecedores de serviços para a obra estão sendo ouvidos para apurar se os pagamentos eram feitos em dinheiro vivo e quem foi o responsável pelos repasses.
- Foto: Fátima Meira/Futura Press/Estadão ConteúdoPresidente Michel Temer
Ainda serão ouvidos nesta semana outros fornecedores, como Piero Cosulish, proprietário da Ibiza Acabamentos, empresa que forneceu material para a reforma na casa de Maristela. Cosulish afirmou ao jornal “Folha de S.Paulo” que recebeu os pagamentos em dinheiro vivo e que eles foram feitos pela esposa do coronel Lima.
Maristela também prestará esclarecimentos sobre a obra. A oitiva dela está marcada para esta quinta-feira (03) e será feita em São Paulo, como os demais depoimentos em curso nesta semana.
Os investigadores tentam descobrir se a reforma da casa foi uma maneira de lavar dinheiro proveniente de propina. Os executivos da empresa J&F, dona da JBS, afirmaram em delação premiada que fizeram pagamentos de propina a Temer por meio do coronel Lima, que receberia esses pagamentos em dinheiro vivo. Temer já negou à PF ter recebido propina ou qualquer vantagem indevida de empresas portuárias.
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