Em conversa com o empresário e dono do grupo JBS, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) citou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em seu plano para tentar impedir que as investigações da Operação Lava Jato tivessem avanços.
No diálogo, o tucano tentou encontrar uma forma de redistribuir os inquéritos entre os delegados e escolher quem, eventualmente, melhor o convinha. Segundo a Veja, o plano não deu certo por não haver um acordo com Michel Temer e Alexandre de Moraes.
- Foto: Dida Sampaio/Estadão ConteúdoAlexandre de Moraes
“O que vai acontecer agora, vai vir inquérito sobre uma porrada de gente, c......, eles aqui são tão b.... mole, que eles não notaram o cara que vai distribuir os inquéritos para os delegados, você tem lá, sei lá, tem dois mil delegados na polícia federal, aí tem que escolher dez caras. O do Moreira, o que interessa a ele, sei lá, vai pro João, o do Aécio vai pro Zé. O outro filho da p..., f...-se, vai para o Marculino, nem isso conseguiram terminar, eu, o Alexandre e o Michel “, disse o senador.
Entenda o caso
Os empresários Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, realizaram acordo de delação com PRG no final de março. Entre abril e maio, os dois prestaram depoimentos. O negociador da delação foi o diretor jurídico da JBS, Francisco Assis da Silva, que depois também virou delator.
Os dois disseram na delação à PGR que gravaram o presidente Michel Temer dando aval para comprar o silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), depois que ele foi preso na Operação Lava Jato.
Joesley também entregou uma gravação à PGR na qual o senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, é gravado pedindo ao empresário R$ 2 milhões. No áudio, com duração de cerca de 30 minutos, o presidente nacional do PSDB justifica o pedido dizendo que precisava da quantia para pagar sua defesa na Lava Jato.
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