A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), na última sexta-feira (29), autorização para ouvir o presidente Michel Temer em uma investigação que apura suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro na edição de um decreto do setor de portos. O pedido foi enviado ao gabinete do ministro Luís Roberto Barroso, relator do inquérito e a quem cabe autorizar o depoimento.
A chefe do Ministério Público não pediu uma data para o depoimento, mas destacou que pretende concluir essa e outras diligências em até 60 dias. O prazo para concluir as investigações, no entanto, poderá ser prorrogado posteriormente.
- Foto: Dida Sampaio/Estadão ConteúdoRaquel Dodge e Michel Temer
A investigação sobre o decreto tem como alvos o presidente, o ex-deputado e ex-assessor especial do Palácio do Planalto Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), além de Antônio Celso Grecco e Ricardo Conrado Mesquita, executivos da Rodrimar, empresa concessionária no porto de Santos.
A suspeita é de que Michel Temer tenha recebido propina pela edição, neste ano, de um decreto que teria beneficiado a Rodrimar.
A defesa do presidente da República e da empresa controladora do porto santista negam as acusações e dizem que a regra editada por decreto foi fruto de amplo debate e atendeu todo o setor portuário.
Em nota divulgada nesta segunda-feira (02), a Rodrimar afirmou nunca ter recebido “qualquer privilégio” do poder público e informou que todos os seus contratos estão sendo discutidos judicialmente.
Confira abaixo nota na íntegra:
Nota para imprensa
Em seus 74 anos de história, a Rodrimar nunca recebeu qualquer privilégio do Poder Público. Prova disso é que todos os seus contratos estão atualmente sendo discutidos judicialmente. O “decreto dos portos” atendeu, sim, a uma reivindicação de todo o setor de terminais portuários do país. Ressalte-se que não foi uma reivindicação da Rodrimar, mas de todo o setor. Os pleitos, no entanto, não foram totalmente contemplados no decreto, que abriu a possibilidade de regularizar a situação de cerca de uma centena de concessões em todo o país. A Rodrimar, assim como seus executivos, estão, como sempre estiveram, à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento que se fizer necessário.
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