O deputado federal Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) falou sobre a pressão de uma ala do partido que quer que ele deixe de ser o relator da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB).
Atualmente, existe uma divisão no PSDB, já que mesmo com partido no comando de quatro ministérios, muitos tucanos são contra a permanência no governo e querem que a denúncia contra Temer seja autorizada para ser investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A escolha de Bonifácio para ser o relator agravou ainda mais a situação, pois na primeira denúncia ele permaneceu apoiando o presidente e foi contra a investigação. Ele ainda é ligado ao grupo do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG).
- Foto: Gustavo Lima/Câmara dos DeputadosBonifácio de Andrada
É o relator que irá elaborar um parecer favorável ou contra o prosseguimento da denúncia. Existe uma preocupação de que a escolha por Bonifácio possa desgastar ainda mais o partido. “Esse vozerio de ordem político-partidária, isso existe, mas em mim não atinge nada. A única coisa com que tenho vinculações é com o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, que foi quem me nomeou”, afirmou o deputado Bonifácio de Andrada ao G1.
Ele ainda falou sobre a sua permanência como relator. “Não é muito grande a pressão, não. Isso tudo é mais os jornais que colocam, mas não tem isso, não. Mas esse problema do partido eu não levo em conta. Só levo em conta uma pessoa, que é quem me nomeou, que é o presidente da comissão de justiça. Ele me nomeou, ele pode me afastar. Ele me nomeou, ele pode me manter”.
- Foto: Fátima Meira/Futura Press/Estadão ConteúdoMichel Temer
Michel Temer já está trabalhando para manter Bonifácio como relator da denúncia. O deputado disse que o descontentamento com o seu nome faz parte de um jogo político. “Esses problemas de partido sempre têm. Uns são favoráveis, recebo muitas cartas e manifestações de apoio, de elogio, e tem sempre também apelos para largar, pessoas do povo que são contra o Temer acham que a minha presença ali nem deveria existir. Enfim, isso faz parte do jogo político”, disse.
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