Bárbara Rodrigues
Em entrevista ao GP1, o senador Elmano Férrer (PTB) se posicionou favorável as mudanças apresentadas pelo Governo Federal em relação à Reforma do Ensino Médio, mas acredita que o assunto deveria ser mais discutido com a população.
Um dos pontos da reforma, é que a carga horária do ensino médio passa de 880 horas para 1.400 horas, sendo que 1.200 horas da carga horária total do ensino médio serão destinadas ao conteúdo obrigatório, que são as disciplinas que os alunos precisam fazer, sendo que o restante do tempo, cada aluno poderá escolher que disciplina vai querer anexar ao seu currículo. Entre essas optativas, devem ser oferecidas algumas disciplinas profissionalizantes que irão preparar o jovem para o mercado de trabalho.
Para o senador Elmano Férrer, é importante que ao sair do ensino médio, o estudante já tenha em seu currículo cursos que o deixem preparado para entrar no mercado de trabalho. “Temos que ter um ensino médio que prepare o jovem para o mercado de trabalho, aqueles que querem ir para a universidade, é outra etapa da formação profissional do cidadão. Nós temos que preparar o jovem, para que aos 18 anos, ele já tenha uma profissão, uma atividade onde ele já possa se inserir no mercado de trabalho e um emprego qualificado, então esse me parece que é um dos aspectos da formação média do estudante”, afirmou.
- Foto: Germana Chaves/GP1
Elmano Férrer
Ele ainda criticou o fato de que atualmente os estudantes que estão no ensino médio são preparados somente para entrar na universidade e acredita que inserir cursos profissionalizantes é uma boa ideia, principalmente porque não há vagas nas universidades para todos.
“Nós temos uma cultura, onde a nossa formação é para entrar na universidade. Só que ela não vai comportar todas as pessoas, mas o Estado tem a obrigação de formar o profissional. Então o ensino médio, no meu entendimento, o fundamental dele, não é dar só os conhecimentos gerais e preparar o jovem para a vida, mas sobretudo, dar uma qualificação, aliás uma formação profissional”, destacou o senador.
Uma das críticas em relação à reforma, é que ela foi apresentada como Medida Provisória pelo governo federal, com o objetivo de fazer com que ela seja aprovada com mais urgência, para já ser implementada em 2018. Elmano afirma que o governo deveria ter apresentado um projeto de lei, pois assim poderia ser mais discutida. Apesar disso, ele disse entender, que se fosse um projeto, poderia demorar a ser aprovado.
“Vejo que isso [mudanças no ensino médio] é uma coisa que foi se arrastando há 20 anos, e agora está através de uma Medida Provisória. Meu pensamento era que devesse ser através de um projeto de lei, onde a sociedade tivesse mais tempo para discutir com a população, mas também tem projeto que se discute, passa 10 anos, e não se decide. Então foi uma decisão do governo de fazer medida provisória e para mim tudo bem”, finalizou.
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