Em entrevista ao GP1 nesta sexta-feira (25), senadora Regina Sousa (PT) criticou a decisão de alguns parlamentares de incluírem no pacote anticorrupção anistia a quem comete caixa dois e disse acreditar que se esse projeto passar, o presidente Michel Temer (PMDB) irá aprová-lo.
Regina Sousa defendeu a aprovação do pacote, mas criticou que ele tenha sido colocado para votação somente agora, quando um projeto parecido já havia sido apresentado por Dilma. “Por regra, a lei anticorrupção é sempre bem-vinda, a própria presidente Dilma tinha lançado um pacote no começo de 2015 que ninguém deu importância, pois a intenção era só de tirar ela do governo, não chegou nem a ser votado nas comissões e até com muitas coisas melhores do que esse que está sendo discutido, mas é claro que é um projeto muito importante”, revelou.
- Foto: Lucas Dias/GP1Senadora Regina Sousa
A senadora ainda criticou a decisão de alguns políticos de incluírem no pacote de medidas, uma emenda para garantir anistia a quem comete crime de caixa 2, o que iria beneficiar os investigados da operação Lava Jato.
“Essa história da anistia é uma coisa que a gente vê que acontece na Câmara, que sempre tenta botar um jabuti nos projetos para vê se passa. Não acredito que passe, pois a população está muito atenta. Quem deve, tem que pagar”, criticou. Ela ainda acredita que se o projeto passasse na Câmara, seria sancionado pelo presidente Michel Temer. “Pelo que dizem, ele sinalizou que sancionaria. Até porque está mais do que provado o envolvimento dele com essas coisas”, afirmou.
Cenário político
A crise política foi um dos pontos principais para o impeachment de Dilma. A senadora acredita que esse cenário irá continuar durante a gestão de Michel Temer, que para ela, não é um governante legítimo. “Vai continuar porque não é um governo legítimo, não teve voto, então não pode ter o apoio da população. Ele esta empurrando para população coisas que o povo não está aceitando e que não estava no projeto de governo [da Dilma]”, disse.
Mandato
A senadora avaliou como positivo mais um ano de mandato. “Foi um ano atípico, com uma batalha mais política do que jurídica. A força política que se juntou para derrubar a Dilma, e agora eles estão mostrando quem realmente são. Foi um ano contraproducente em relação de projetos, pois o próprio senado produziu pouco e estão começando agora, votando uns projetos até ligeiros demais, mas eu trabalhei muito, eu fiz muito debate, pois é importante debater com as pessoas, fiz muitas audiências públicas com temas importantes. Aprovar um projeto no Senado leva seis anos e ainda vai para a Câmara, então vou sair de lá, e os projetos podem até ser aprovados, mas ainda teria que passar na Câmara, então temos que trabalhar as temáticas atuais com a população, acho isso bem mais importante”, finalizou.
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