Formação de palanque no Piauí é um dos motivos para o PTB abandonar Dilma e apoiar Aécio Neves

O PTB decidiu deixar a coligação que apoia a presidente Dilma para apoiar Aécio Neves. O anúncio da saída do partido da aliança governista será feito hoje (21), após reunião da cúpula partidária em Salvador. A reviravolta vai garantir ao tucano 40 segundos a mais em cada bloco de propaganda eleitoral na TV.

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o presidente do PTB, Benito Gama, disse ontem que tudo foi feito para o partido caminhar junto ao PT , “mas a situação chegou no meu limite", afirmou Gama, "não posso ficar contra os senadores e deputados do meu partido". Gama disse que os problemas regionais emperraram a parceria com Dilma, “há muitas dificuldades para a formação dos palanques em Roraima, no Acre, no Piauí e na Bahia", comentou.
O apoio do PTB era dado como certo no comitê da presidente. A mudança representa um duro golpe no momento em que Dilma tenta mostrar força e estancar a queda nas intenções de votos.

A sigla também se sentiu preterida na reforma ministerial e estava contrariado com a presidente desde o inicio do ano. Partido de Roberto Jefferson, delator do mensalão, o PTB estava isolado na aliança governista desde que estourou o escândalo, em 2005, no governo Lula. Dilma, porém, decidiu distribuir cargos à legenda em troca de apoio para a sua reeleição e chegou a visitar a sede do partido, em maio, para celebrar a união em almoço. Benito Gama chegou a ocupar uma vice-presidência do Banco do Brasil, mas deixou o posto recentemente para se candidatar a deputado federal. O PTB, hoje, tem uma vice-presidência da Caixa Econômica Federal. "Mas nós vamos entregar esse cargo também", garantiu Gama.