Professores promovem manifestação em protesto aos baixos salários em Picos (PI)

Com faixas e cartazes com frases de efeito, professores da rede municipal de ensino promoveram na manhã desta quinta-feira, 18 de fevereiro, uma manifestação de protesto em frente à secretaria da Educação de Picos, que descumpre a lei e não paga o Piso Salarial Nacional e nem implanta o Plano de Cargos e Salários da Categoria, aprovado pela Câmara de Vereadores desde agosto de 2008.

Embora a categoria esteja indignada com a falta de sensibilidade da secretária municipal da Educação Francisca Emanuella Andrade Vieira, que teima em não negociar, a manifestação foi pacífica e reuniu dezenas de professores. Durante o protesto, eles distribuíram um documento contendo suas principais reivindicações e receberam manifestações de apoio de estudantes, trabalhadores e populares que passavam pelo local.
Segundo a presidente do Sindicato dos Servidores Municipais em Educação de Picos (Sintraemp), professora Elisete Leal Luz, uma comissão representando a categoria deveria ser recebida pela secretária municipal da Educação às 08h30 da manhã de hoje, no entanto, por motivos ignorados, ela não apareceu e nem justificou a sua ausência.
Os professores ainda permaneceram em frente à sede da secretaria da Educação até as 11 horas esperando serem recebidos em audiência, entretanto, como isso não aconteceu, seguiram direto para o Ministério Público do Trabalho, onde protocolaram um pedido de ajuizamento de ação contra o município de Picos por descumprimento da lei 11.738/200, ou seja, a Lei do Piso Nacional Salarial.
“Estamos buscando um entendimento com a secretaria municipal da Educação, pois nosso salário está defasado e queremos que nossos direitos assegurados em lei sejam respeitados. Agora, mais do que nunca a categoria está unida em torno de um mesmo ideal, que é o pagamento do Piso Salarial Nacional e a implantação do nosso Plano de Cargos e Salários que foi aprovado pela Câmara em agosto de 2008 e até hoje não saiu do papel”, ressaltou Elisete Luz.

Ela disse que o movimento dos professores municipais é pacífico e busca um entendimento, Alerta, porém, que está segurando a categoria que quer fazer greve por tempo indeterminado caso a secretaria da Educação teime em não negociar e não apresente nenhuma contraproposta. “Por enquanto estamos querendo a negociação,mas não abriremos mão dos nossos direitos”, argumentou a sindicalista, convocando a sociedade para apoiar o movimento.
A presidente do Simtraemp enfatizou que as principais reivindicações da parada de advertência desta quinta-eira, 18 de fevereiro e amanhã, dia 19, são atualização no vencimento mínimo para R$ 1.312,85 para professor de nível médio, com 40 horas semanais, e início das aulas mediante negociação da Comissão Sindical e a Secretaria Municipal da Educação.

Auditoria

Os professores decidiram ainda que nesta sexta-feira, 19 de fevereiro, vão estar presentes na Câmara Municipal de Picos durante a sessão ordinária, para cobrar apoio dos vereadores e realização de uma audiência pública com a participação das autoridades municipais para tratar sobre o assunto.
A categoria também quer que seja instalada uma auditoria na Secretaria Municipal da Educação para apurar as destinações do Fundeb e a situação do quadro de funcionários, realização de eleições diretas para diretor de escola, promoção de concurso público, com introdução dos cargos de coordenador e supervisor pedagógico; implantação de diferencial salarial para os cargos de professor, pedagogo, técnico em gestão educacional, agente de serviços gerais, agente de serviços técnicos e agente de serviços especializados, dentre outras reivindicações.