A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (29), a Operação Front Stage, contra desvio de recursos públicos nos anos de 2020 e 2021, na Secretaria de Cultura do Piauí, durante o Governo Wellington Dias e na gestão dos secretários Carlos Anchieta e Fábio Novo. A ação tem o objetivo de combater crimes contra Administração Pública e crimes de lavagem de dinheiro, resultantes de favorecimento, por agentes públicos, a pessoas jurídicas agraciadas em editais culturais, promovidos em 2020 pela Secult e custeados com recursos da Lei Aldir Blanc.
A ação contou com o apoio da Controladoria Geral da União (CGU) e de cerca de 25 policiais federais e dois auditores da CGU/PI para cumprir seis mandados de busca e apreensão nas cidades de Teresina e Floriano. Todas as ordens judiciais foram expedidas pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Investigação
Segundo a Polícia Federal, as investigações tiveram início após denúncia. Durante as diligências promovidas pela PF e a CGU foi possível identificar vínculos e transações financeiras entre as pessoas jurídicas supostamente favorecidas e agentes públicos da referida Secretaria, sendo que um deles apresentou evolução patrimonial incompatível com os seus rendimentos em período posterior à realização dos mencionados editais culturais.
Além disso, algumas transações identificadas apresentam indícios de que parte dos recursos foi repassada a pessoas físicas e jurídicas com características de laranjas e empresas de fachada, a fim de promover a lavagem de dinheiro. No total, as pessoas jurídicas investigadas receberam R$ 1,67 milhão em premiações custeadas com recursos da Lei Aldir Blanc.
Os investigados podem responder pelos crimes de associação criminosa, peculato e lavagem de capitais, cujas penas máximas somadas chegam a 25 anos de reclusão.
Outro lado
Procurada pelo GP1, a assessoria de comunicação da Secult informou que o órgão foi pego de surpresa com a operação e que lançará uma nota assim que tiver maiores informações.
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