O secretário de Segurança Pública do Piauí, Chico Lucas, determinou nesta terça-feira (16) que a Corregedoria da Polícia Militar do Piauí investigue a participação de policiais militares na formação de milícias, que estão dando suporte à grilagem de terras no litoral do estado do Piauí.
A determinação ocorreu após reunião com o defensor público da União, José Rômulo Plácido Sales, que formalizou a denúncia na sede da Secretaria de Segurança Pública nesta terça-feira.
De acordo com defensor José Rômulo, os milicianos ameaçam e expulsam as comunidades nativas de pescadores, que estão sendo afastadas das terras que, tradicionalmente, ocupam em suas atividades de subsistência, com o claro objetivo de grilar terras no litoral piauiense, como o caso da região da Nova Barra Grande, comunidade Borogodó, que registra uma forte atuação das milícias reprimindo a população.
“Com a expansão do turismo em Cajueiro da Praia, as terras passaram a ter um valor econômico muito grande e isso trouxe a cobiça de gananciosos grileiros que se dirigem ao litoral do Piauí para se apropriar dessas terras e explorá-las, economicamente, com empreendimentos, em detrimento das comunidades tradicionais que lá residem há décadas, desde quando a terra não tinha essa expressão econômica que tem hoje”, disse o defensor.
O secretário Chico Lucas determinou ainda que seja aberta uma investigação por meio do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), a fim de apurar todas as informações. “Não iremos tolerar a atuação de milicianos no Piauí, e já determinamos que os agentes da segurança que mantenham condutas públicas e ou privadas incompatíveis com a função policial tenham punições exemplares, a fim de coibir esse tipo de prática danosa na Forças de Segurança do nosso Estado”, frisou o secretário Chico Lucas.
Chico Lucas irá propor ainda a criação de um grupo de trabalho com a participação do Instituto de Terras do Piauí, Secretaria de Patrimônio da União, Defensoria Pública da União, Defensoria Pública do Estado, Polícia Federal, Ministério Público Federal, Ministério Público do Estado, Tribunal de Justiça do Piauí e Justiça Federal, a fim de combater a atuação das milícias no Estado.
A denúncia também foi levada ao Ministério Público Federal, em Parnaíba, que instaurou inquérito para tratar da ação de grupos criminosos de grilagem das terras da União.
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