No dia 08 de março é comemorado anualmente o Dia Internacional da Mulher. A data, adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU), remete as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres ao longo dos tempos. Porém, além das celebrações, é também um momento oportuno para debater e combater a violência contra a mulher.
Até o momento, foram registrados oito casos de feminicídios no Piauí. Todos eles aconteceram no interior do Estado. A subsecretária de segurança pública, delegada Eugênia Villa, ressaltou que no ano passado, também no interior, foram registrados 16 casos e que isso revela o aumento desse tipo de crime na região.
- Foto: Helio Alef/ GP1Delegada Eugênia Villa
“No interior, no ano passado, foram registrados 16 casos. Se em doze meses foram registrados 16 casos e se, em menos de três meses, já foram oito, então esse dado acende o sinal vermelho. Eu ainda não pesquisei o último caso, que foi em Picos, mas as outras sete mulheres, elas nunca foram na delegacia. É preciso conversar com a comunidade e ver o que está acontecendo. A imperfeição está na delegacia? Nós devemos fazer o dever de casa. Se as mulheres não estão indo, então devemos ver porque elas não estão indo. Essa é a nossa responsabilidade”, informou.
Por conta dos altos índices de casos de violência contra a mulher no interior, será criada em breve a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher do Campo, da Floresta e das Águas – DEAM/CFA. “Nós estamos aguardando a perspectiva de recursos para que a gente possa implementar a delegacia que é importantíssima. A gente vem acompanhando todas as estratégias da Marcha das Margaridas e nós temos acento no Fórum Estadual das Mulheres do Campo, das Florestas e das Águas”, completou.
Por fim, a delegada Eugênia Villa destacou a importância da mulher no meio policial e que a profissão está sendo cada vez mais almejada não apenas pelo público masculino.
“Para as mulheres delegadas, quero externar meu agradecimento a todas elas, especialmente as delegadas da Mulher. Ontem mesmo eu estava no Plantão de Gênero levando os folhetos e lá é lotado sempre. Lá, tinha mulheres para serem atendidas e estava a delegada Graça, que foi uma das primeiras a entrar na Polícia Civil junto com a Vilma. Eu quero agradecer a essas delegadas que abriram as portas para nós entrarmos. Os cargos de delegada, agente e escrivã já estão sendo almejadas pelas mulheres e isso é maravilhoso. Nós temos que tirar essa ideia de que mulher só pode assumir funções de cuidado. Negativo. A mulher pode ser, como eu fui, corregedora, reitora da Acadepol, subsecretária e secretária de segurança. Essas portas, a delegada Vilma, Eliene e Graça abriram. Devemos resgatar isso”, concluiu.
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