A ministra da Mulher do Governo Lula, Cida Gonçalves, está em Teresina, onde participou do lançamento da campanha “Feminicídio Zero”, em solenidade na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi). O programa consiste em um conjunto de medidas integradas entre os governos federal, estadual e outras instituições.
O projeto também promoverá parcerias com empresas para reduzir os índices de violência. Ela disse que somente as ações implementadas pelos poderes, não serão suficientes para combater os casos de violência.
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"O Brasil vive uma pandemia de feminicídios. Não é possível que a gente não escute o choro de uma criança de 0 a 4 anos sendo estuprada em sua casa. Não é possível que nem um vizinho escute. Não é possível que ninguém escute o grito desesperado de uma mulher pedindo socorro para não morrer. Quem se omite também é responsável. Não só o Estado e o assassino, mas todas as pessoas que ignoram o desespero vivido por nossas mulheres. Eu tenho dito que é uma pandemia”, afirmou a ministra em entrevista coletiva.
Cida Gonçalves também vai a Parnaíba fazer o lançamento da campanha. “A cada três minutos, uma mulher sofre violência; a cada seis minutos, uma criança ou mulher é vítima de estupro; a cada seis horas, uma mulher é morta por ser mulher. Esses dados são a base das políticas públicas do governo federal", afirmou a ministra.
O aumento exponencial da violência contra as mulheres, crianças e adolescentes, está ligado ao ódio de quem pratica a violência, afirmou Cida. “A violência contra as mulheres tem aumentado devido ao ódio que se instaurou em nosso País. A violência sexual contra crianças de 0 a 9 anos cresceu, conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, assim como os feminicídios. Mesmo com investimentos em recursos, construção de Casas da Mulher Brasileira e legislação específica, ainda não conseguimos lidar com o ódio presente na sociedade", acrescentou.
Demissão de ex-ministro
A ministra da Mulher também comentou a demissão do ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, acusado de assédio sexual contra mulheres. De acordo com ele, o presidente agiu de maneira correta. “A decisão do governo foi demiti-lo. O presidente Lula agiu de forma imediata, e acho que foi a decisão correta. Agora, o processo seguirá para investigação normal. Não temos mais ingerência administrativa sobre o caso", elogiou Cida Gonçalves.
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