A juíza federal Jaqueline Conesuque Gurgel do Amaral, respondendo pela 3ª Vara Federal, mandou para o banco dos réus 22 acusados de integrar organização criminosa e tráfico internacional de drogas alvos da Operação Expansão deflagrada pela Polícia Federal no Piauí em outros 8 estados em fevereiro deste ano. A decisão foi dada na última sexta-feira (05).
Viraram réus: Osmair de Souza Pereira, Rosiclei Queiroz Nascimento, Wallisson Ricardo de Oliveira Rodrigues Viana, Robert Bento Santos Menegace, Neozir Tristao Oliani, Márcio Rodrigo dos Santos, Mariuzan Bonfá, José Aparecido do Rosário Castro, Adilson de Souza Oliveira, Oscar Donizete Leal Passoni, Luiz Rodrigues de Souza, Daniel de Alcântara, Jacir Medeiros, Júlio Cesar de Almeida Jorge, Alexandre Vinicius Gois de Jesus, Dieire Pletsch Ramborger, José Arildo Laurindo Lopes, José Maria Magalhaes Filho, Agenor Vitorino de Carvalho (Renato Rena), Matilde Aparecida Soares Mosqueiros de Carvalho e Francilauro Feitosa dos Santos Carvalho.
Um dos denunciados, Robert Bento está desaparecido desde julho de 2022 depois que a aeronave que ele pilotava sumiu, na fronteira entre o Brasil e a Venezuela.
Denúncia
De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, entre os anos de 2020 e 2023, atuando a partir de diversos estados da federação, os denunciados, com vontade e consciência da ilicitude de suas condutas, em unidade de desígnios, promoveram, constituíram, financiaram e/ou integraram pessoalmente organização criminosa, estruturalmente ordenada e coordenada pela divisão de tarefas, com o objetivo de obter vantagens mediante a prática de infrações penais, especialmente os crimes de tráfico transnacional de drogas e de lavagem de capitais.
Segundo o MPF, a organização criminosa está organizada e estruturada em diferentes níveis, sendo cada um responsável pela execução de atividades e funções específicas, figurando Osmar/Mazinho como líder do grupo e responsável pela coordenação logística das atividades dos demais integrantes, tudo conforme os elementos de informação produzidos ao longo do inquérito policial.
“Desse modo, a organização criminosa liderada por Osmar/Mazinho se organiza em forma de uma rede criminosa, possuindo núcleos articulados e independentes entre si, de forma que os principais envolvidos formam alianças parciais sem conhecer, necessariamente, os demais membros do grupo”, apontou o membro do MPF na denúncia.
Ainda segundo a denúncia, com o monitoramento das atividades da organização criminosa, autorizado judicialmente, foi possível identificar ao menos 12 eventos de tráfico de drogas com o envolvimento dos denunciados, entre novembro de 2020 e maio de 2021.
Manutenção da prisão preventiva
Na mesma denúncia, o Ministério Público Federal requereu a manutenção dos presos alegando que as diversas provas que constam dos autos evidenciam que os denunciados se dedicavam, diretamente e com habitualidade, ao tráfico nacional e internacional de drogas e que tal habitualidade transcorreu por anos, sendo interrompida justamente com a segregação cautelar dos denunciados.
O pedido da manutenção da prisão foi em relação aos denunciados: Osmair de Souza Pereira, Wallisson Ricardo de Oliveira Rodrigues Viana, Robert Bento Santos Menegace, Neozir Tristao Oliani, Márcio Rodrigo dos Santos, Mariuzan Bonfá, Adilson de Souza Oliveira, Oscar Donizete Leal Passoni, Luiz Rodrigues de Souza, Daniel de Alcântara, Jacir Medeiros, Alexandre Vinicius Gois de Jesus, Dieire Pletsch Ramborger, José Arildo Laurindo Lopes, Agenor Vitorino de Carvalho, e Francilauro Feitosa Dos Santos Carvalho (Lauro Alves Pantoja).
Decisão
A juíza então decidiu pelo recebimento da denúncia, a manutenção da prisão preventiva dos denunciados, além de determinar a citação para que respondam à acusação, por escrito, no prazo de 10 dias.
Operação Expansão
A Polícia Federal deflagrou na manhã de 2 de fevereiro de 2023 a Operação Expansão no Piauí e em outros oito estados contra os crimes de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. Ao todo, foram expedidas 106 ordens judiciais, algumas delas cumpridas no Alphaville, condomínio de luxo localizado na zona leste de Teresina, e na empresa Assaré Veículos.
Os mandados foram cumpridos nas cidades de Porto Velho, Ariquemes e Cacoal em Rondônia; Humaitá no Amazonas; Itaituba no Pará; Centenário no Tocantins; Teresina no Piauí; Cuiabá, Pontes e Lacerda, Sapezal e Vila Bela no Mato Grosso; Macapá no Amapá; Caconde e Bragança Paulista em São Paulo; Barra Velha e Ponte Serrada em Santa Catarina.
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