O desembargador Erivan Lopes, da 2ª Câmara Especializada Criminal do Tribunal de Justiça do Piauí, deferiu o pedido de autorização de viagem ao advogado Guilherme de Carvalho Gonçalves Sousa, um dos acusados do duplo assassinato dos adolescentes Anael Natan Colins Souza da Silva, 17 anos, e Luian Ribeiro de Oliveira, de 16 anos, ocorrido em novembro de 2021.
Na decisão de 10 de abril deste ano, o desembargador autorizou que o advogado se ausente no período de 21 a 25 de abril de 2023, para cidade de Fortaleza para realização de concurso público do Tribunal de Justiça do Ceará.
O membro do TJ informou que Guilherme deverá comunicar o seu retorno no dia 26, sob pena de configurar descumprimento da obrigação imposta.
Soltura
Guilherme Gonçalves e o primo João Paulo de Carvalho Gonçalves Rodrigues, dono do Frango Potiguar, foram soltos após decisão juiz Antônio Reis de Jesus Nollêto, da 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri de Teresina, do dia 29 de setembro de 2022.
Na mesma decisão, o magistrado revogou a prisão domiciliar do também advogado Francisco das Chagas Gonçalves, pai de Guilherme.
Pronúncia
Os três ainda foram pronunciados para que sejam submetidos a julgamento pelo Tribunal Popular do Júri pelo crime de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, utilizando meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e ocultação de cadáver. Caso sejam condenados, cada um dos réus poderá pegar até 30 anos de cadeia.
O crime
Luian Oliveira e Anael Colins desapareceram na madrugada do dia 13 de novembro 2021. Os pais dos garotos chegaram a procurar o GP1 pedindo ajuda para localizá-los, no entanto, no dia 15 de novembro os dois foram encontrados mortos, em um matagal próximo à rodovia PI 112, no Povoado Anajás, zona rural leste de Teresina.
Os rapazes eram amigos, moravam no Planalto Uruguai, zona leste da capital, e costumavam sair juntos. No último dia em que foram vistos, eles saíram em uma motocicleta para um bar, depois seguiram para um depósito de bebidas, na Avenida Dom Severino, e teriam ido a um sítio, onde estava acontecendo uma festa.
No decorrer das investigações, a Polícia Civil chegou nos nomes de João Paulo, Guilherme de Carvalho e Francisco das Chagas. Nos depoimentos, após algumas contradições, finalmente João Paulo admitiu que Guilherme atirou os dois garotos com uma arma de sua propriedade.
Jovens queriam entrar em festa quando foram mortos
O delegado Barêtta, diretor do DHPP, afirmou no dia 08 de fevereiro, em entrevista ao GP1, que os adolescentes só queriam entrar em uma festa que estava sendo realizada em um sítio ao lado da propriedade de Francisco das Chagas. Por isso, os rapazes entraram no local, onde foram capturados e logo em seguida torturados e executados.
“Eles chegaram na festa e não tinham o dinheiro completo para pagar a entrada dos dois. Então, eles olharam e viram que a propriedade ao lado do evento, onde o fato aconteceu, tinha uma parte do muro baixo, então, eles entraram lá para acessar a festa pulando pelo muro, quando os cachorros que estavam na propriedade começaram a latir e a presença deles foi percebida. Nesse momento eles foram capturados e torturados”, contou o delegado à época.
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