O líder da quadrilha responsável por explodir o Banco do Brasil de Miguel Alves em 2020, Gildo Inácio da Silva, foi condenado a 10 anos de cadeia pelo crime de porte ilegal de armas e munições de uso restrito. A decisão foi dada nessa segunda-feira (25), pelo juiz Franco Morette Felício de Azevedo, da 2ª Vara da Comarca de Valença do Piauí.
Segundo a denúncia do Ministério Público, no dia 31 de julho de 2021, por volta de 22h, durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF), realizada em Valença do Piauí, foram presos em flagrante dois indivíduos identificados como João Romão de Lima e Mauricio Leite Alves. Eles transportavam 48 artefatos explosivos, conhecidos como “bananas de dinamites”. Posteriormente, o Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco) conseguiu localizar no veículo que eles andavam um fuzil Ak47, 10 carregadores de fuzil, 300 munições, três emulsões explosivas, e quatro rolos de cordel detonante.
Ainda segundo a denúncia do MP, Gildo Inácio, vulgo “Bicudo”, preso Greco em setembro de 2021, no estado da Paraíba, foi quem determinou o transporte dessas armas, munições e artefatos explosivos, usualmente utilizados em assaltos bancários e arrombamentos de caixas eletrônicos.
Em sua decisão, o juiz Franco Morette Felício de Azevedo destacou que Gildo Inácio “agiu com culpabilidade exacerbada, considerando ser o mentor intelectual da empreitada criminosa executada pelos comparsas, que resultou no transporte de material bélico característicos de zonas de guerra, constituindo assim fundamento idôneo a exasperação da pena-base” e considerou que ele já possuía pelo menos outras duas condenações com trânsito em julgado, por isso, o condenou a pena de 10 anos de reclusão.
Já João Romão de Lima e Mauricio Leite Alves foram condenados a 7 anos e 7 meses de reclusão, e 08 anos e 2 meses de reclusão, respectivamente.
O magistrado negou ainda o direito dos condenados de recorrer em liberdade. “Não bastasse, além do quantum de pena aplicada, tanto a Gildo quanto aos outros dois condenados são imputados condutas hediondas, demonstrando concretamente a necessidade da manutenção da custódia para garantia da ordem pública, dada a periculosidade diante da enorme quantidade munições, arma de fogo de uso proibido de grosso calibre, artefatos explosivos, dentre outros objetos corriqueiramente usados em arrombamento de caixas eletrônicos bancários [...] nego-lhes o direito de recorrer em liberdade, vez que em desfavor destes ainda militam os elementos autorizadores da prisão preventiva”, finalizou o juiz.
Outra condenação
Em abril deste ano, Gildo Inácio da Silva foi condenado a mais de 7 anos de prisão por invadir e explodir uma agência do Banco do Brasil da cidade de Miguel Alves, em outubro de 2020 e roubar outras instituições financeiras.
Consta na denúncia do Ministério Público da Paraíba, que a investigação da Polícia Civil do Piauí, por meio do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (GRECO), apontou que Gildo Inácio da Silva, líder da organização criminosa e os demais envolvidos estavam fortemente armados, chegando a aterrorizar moradores e explodir caixas eletrônicos de Miguel Alves.
Ele foi condenado a 7 anos e 35 dias em regime fechado. A decisão foi dada pelo juiz Diego Garcia Oliveira, da Vara Única de Taperoá.
Assalto ao Banco do Brasil
Criminosos fortemente armados explodiram, na madrugada do dia 4 de outubro de 2020, uma agência do Banco do Brasil na cidade de Miguel Alves. Durante a fuga, os bandidos cercaram a cidade, trocaram tiros com a polícia e levaram cinco reféns que estavam nas proximidades da agência.
De acordo com o sargento Adalberto, da Polícia Militar da cidade, a guarnição foi informada sobre a explosão dos cofres por volta das 3h17 da madrugada. “Nós estávamos de serviço quando ligaram e informaram que cerca de 10 bandidos armados tinham explodido o banco. Nós fomos ao local, eles dispararam contra nossa equipe e houve troca de tiros. O banco ficou totalmente destruído por causa da explosão”, contou o sargento ao GP1.
O líder do grupo criminoso foi preso pelo GRECO na cidade de Livramento, na Paraíba. A prisão contou com o apoio da Diretoria de Inteligência e da Polícia Civil da Paraíba.
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