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Operação Coiote: Rômulo Cordão diz que não houve abuso contra advogados

A Ordem dos Advogados do Brasil Secção Piauí vai ingressar com uma ação contra a Operação Coiote, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

A Ordem dos Advogados do Brasil Secção Piauí (OAB-PI), por meio do presidente da Comissão de Defesa das Prerrogativas dos Advogados, Marcus Vinícius Nogueira, vai ingressar com uma ação contra a Operação Coiote, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Conforme a comissão da OAB-PI, os agentes da operação cometeram abusos nos momentos em que foram cumpridos os mandados de busca e apreensão em escritórios dos advogados investigados.


Em entrevista ao GP1 nesta segunda-feira (20), o coordenador do Gaeco, promotor Rômulo Cordão, frisou que as buscas podem gerar transtornos e que todas as prerrogativas dos advogados foram respeitadas, sendo que no cumprimento dos mandados tiveram membros da OAB-PI presentes.

“Todas as prerrogativas dos advogados foram respeitadas, o estatuto manda que em uma busca, podendo ser na casa ou escritório de um advogado, precisa ser acompanhada por membros da OAB, que foi avisada dentro do razoável para garantir o sigilo da operação, aqui em Teresina tiveram quatro advogados nas diligências e em São Raimundo Nonato avisamos o presidente da OAB, mas ele não foi acompanhar. As buscas em si foram tranquilas, respeitamos garantias. Evidentemente que a busca, por ser um procedimento invasivo, traz transtornos, mas as possibilidades de fazer, a lei permite, na minha visão foi dentro do padrão da normalidade”, informou o promotor.

  • Foto: Helio Alef/GP1Rômulo CordãoRômulo Cordão

Operação Coiote

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e a Promotoria de Justiça de São Raimundo Nonato, do Ministério Público do Estado, com o apoio Polícia Militar e Civil deflagrou na manhã da quinta-feira, 16 de maio, a “Operação Coiote”.

O objetivo era dar cumprimento a 31 mandados de busca e apreensão no Estado do Piauí e a Bahia, para desarticular a atuação de uma organização criminosa que aplicava golpes na região de São Raimundo Nonato. Advogados de cinco escritórios da região de São Raimundo Nonato foram acusados de liderar uma organização criminosa que aplicava golpes em aposentados.

A operação investiga 19 advogados que ingressaram com mais 19 mil ações na Justiça, muitas delas repetidas e em nome das mesmas pessoas. Os advogados prometiam para aposentados a anulação de contratos de empréstimos e ingressavam com ações de indenizações, faturando de R$ 4 mil a R$ 40 mil.

O Ministério Público já pediu o bloqueio das contas de 5 advogados, sendo no valor de até R$ 4 milhões contra 3 advogados, e o bloqueio no valor de R$ 2 milhões para dois advogados, totalizando R$ 6 milhões. Os valores para pedido do bloqueio é com base no que a promotoria acredita que eles tenham em conta.

A investigação se iniciou em maio de 2017. Foram cumpridos mandados nos municípios de Várzea Branca, Fartura, Bonfim do Piauí, São João do Piauí, Teresina e Juazeiro, na Bahia. Em Teresina, a residência de três advogados foram alvos de busca. Cerca de 40 aposentados estão sendo investigados, porque sabiam que se tratava de um esquema fraudulento. Já outros aposentados eram alvos das falsas promessas dos advogados. Também estão sendo investigados os “coiotes” que faziam a ligação entre os aposentados e os advogados.

Os nomes dos advogados não foram revelados pelo Ministério Público.

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