“A justiça foi feita!” Esse foi o desabafo do pai da estudante de direito Camilla Abreu, assassinada em outubro de 2017 pelo então namorado, o capitão da Polícia Militar Allisson Wattson. Jean Carlos Abreu falou ao GP1, na tarde desta segunda-feira (04), logo após a decisão unânime do pleno do Tribunal de Justiça, que expulsou Allisson Wattson dos quadros da Polícia Militar do Piauí.
“A justiça foi feita! Tanto a família como a sociedade esperavam por esse resultado. E que sirva de exemplo e de lição para os homens, muito machistas, que estão pensando em fazer o mesmo com suas mulheres. O Tribunal de Justiça está pegando pesado com esse tipo de gente. A gente quer agradecer que foi por unanimidade a votação e agora é só esperar para ir para o Júri Popular”, desabafou o pai de Camilla Abreu.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1Jean Carlos, pai de Camilla
De acordo com a defesa da família da estudante, o próximo passo é aguardar a decisão do governador Wellington Dias, que deve publicar a exoneração de Allison Wattson logo em seguida.
“A gente está aguardando sair às decisões de alguns recursos que ele protocolou aqui, mas a gente acredita que seja esse ano aqui e ele pode recorrer, mas fora, inclusive, logo após seja publicada a decisão do tribunal, o governador procede com a definitiva exoneração e nós vamos pedir a transferência para um presídio comum”, pontuou a advogada Ravenna Castro.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1Ravenna Castro
O crime
A estudante de direito, Camilla Abreu, desapareceu no dia 26 de outubro de 2017. Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e capitão da PM, Allisson Wattson. Após o desaparecimento, o capitão ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas na sexta-feira (27) e afirmou não saber do paradeiro do jovem.
A Delegacia de Homicídios, coordenada pelo delegado Barêtta, assumiu as investigações. No dia 31 de outubro, a Polícia Civil confirmou a morte da jovem. Já na parte da tarde, Allisson foi preso e indicou onde estava o corpo da estudante. Na manhã de 1º de novembro, o corpo da estudante foi enterrado sob forte comoção no cemitério São Judas Tadeu. No laudo cadavérico, foi concluído que a jovem foi arrastada antes de morrer.
- Foto: Facebook/Camilla AbreuCamilla Abreu
O capitão virou réu na Justiça depois que a juíza de direito Maria Zilmar Coutinho Leal, da 2º Vara do Tribunal do Júri, recebeu denúncia do Ministério Público. Em abril, a juíza pronunciou o capitão para ir a julgamento pelo Júri Popular.
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