Em entrevista ao GP1, o promotor Francisco de Jesus criticou o fato do Ministério Público ser elitista e não priorizar as suas atribuições básicas. O promotor cita o estudo feito pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), da Universidade Cândido Mendes em 2016, que apontou que o órgão está trabalhando mais em ações de corrupção e se esquecendo de outras atribuições importantes como controle externo das polícias, defesa de direitos coletivos e supervisão da pena de prisão.
Francisco de Jesus, que é do Núcleo das Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (Nupevid), afirmou que o Piauí possui um Ministério Público que deveria lutar pelos direitos coletivos, mas que é "o único estado da federação que não possui promotorias de promoção à igualdade racial".
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1Promotor Francisco de Jesus
Ele fez críticas, afirmando que "aqui há um Ministério Público elitista, machista e que não promove ações de enfrentamento às desigualdades raciais. Exemplo disso, é um prédio luxuoso na zona leste da capital que bem acolhe procuradores e promotores, mas dificulta acesso à justiça de grande parcela da sociedade, já que não há transporte público que o interligue aos bairros mais carentes da cidade", criticou Francisco de Jesus.
O promotor afirmou que trabalha com dificuldade na sua área de atuação, o enfrentamento à violência contra mulher, por falta de apoio. "O trabalho que desenvolvo nesta área não conta com apoio da Administração Superior do Ministério Público, preciso tirar férias ou licenças para garantir a execução de projetos preventivos de enfrentamento ao feminicídios e diversas formas de violências contra mulher, bem como custeio despesas de viagens e do material necessário a realização das ações", finalizou Francisco de Jesus.
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