O ex-presidente da Federação das Apaes do Piauí, Themístocles Gomes, concedeu entrevista ao GP1 nesta quarta-feira (16), para esclarecer fatos relatados em ação que pede que ele apresente documentos de prestações de contas, durante sua gestão. Ele afirma que não ficou com os documentos e que já prestou esclarecimento ao Ministério Público, em outra ação.
Ele disse que os documentos que estão sendo requeridos na ação, foram entregues ao final do mandato, em 2011. “Quando terminou meu mandato, inclusive eu era presidente da APAE de Parnaíba e presidente da Federação das Apaes, foi feito uma prestação de contas com todos os ex-presidentes da Apaes do Piauí, na sede da federação no ano de 2011, para poder prestar contas e lançar um candidato para o próximo mandato e isto está em ata e esses documentos ficam na Federação. Como é que a pessoa pode sair de uma federação e levar os documentos nos braços? É até para rir”, disse.
A Federação está pedindo que o ex-presidente apresente além dos balancetes, o balanço patrimonial e demonstrativo de resultados consolidados anuais do período de 01/01/2006 a 31/12/2011; livros contábeis, razão e caixa do mesmo período; prestação de contas assinadas e com a completa identificação dos responsáveis pela elaboração da ata das assembleias na qual foram discutidas e aprovadas; comprovante de depósitos do FGTS dos empregados e lançamentos contábeis de contribuições previdenciárias. “Balancetes, balanço patrimonial, isso o Ministério Público tem em ação que me foi feita pela própria Federação numa denúncia da Apae de Piripiri, e da Apae de Teresina e Piracuruca, então o Ministério Público tem tudo isso que ela pede, eu tenho certeza absoluta”, afirmou.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1 Themistocles concede entrevista ao Portal GP1
Em relação ao livro contábil, Themístocles afirmou que “a Federação não usa livros contábeis, usa o computador, onde ela registra todo o movimento dela, isso está lá, ficou nas mãos deles. Razão de caixa do mesmo período, tem todos eles. A prestação de contas assinada, o ministério também tem, por ocasião desta outra ação”.
Ele questiona o embasamento da ação. “É muita fácil a pessoa vir depois de três anos querer que eu dê conta de documentos que eu deixei lá no tempo. Será que esse pessoal é cego lá dentro? Será que alguém entrou lá para levar esses documentos? Só levaram documentos da minha gestão, não levaram um ar-condicionado, um computador, cadeira, não levaram dinheiro do telemarketing do dia. É muito fácil a pessoa chegar e acusar a outra assim, o difícil é se comprometer é ter responsabilidade de fazer esses trabalhos, de dar ao movimento o que eu fiz aqui no Piauí”.
Em relação ao débito fiscal no valor de R$ 500.000,00, o ex-gestor confirmou e justificou que ocorreu, devido à baixa arrecadação da associação e os custos para manutenção do prédio da entidade, incluindo pagamento de funcionários.
“Para você contratar, você sabe que não deve e nem pode fugir das obrigações sociais. A Federação das Apaes não tinha nenhum convênio com o Governo do Estado, com o Município ou com o Governo Federal, tudo que veio foi advindo das pessoas de Teresina que cooperavam e esse dinheiro foi usado para manter os oito funcionários do telemarketing, 4 administrativos, 2 da área limpeza e também o dia a dia, energia, despesas com matéria de expediente, de limpeza e tantos outros e isso sempre dava além do arrecadado pelo telemarketing. Não havia como pagar em dia as contribuições do Governo Federal e aqui eu assumo, entre pagar o Governo Federal, enquanto eu estiver em uma instituição, eu opto pelo funcionário, porque o governo não vai optar pelo funcionário. Mas eu como administrador, se eu tiver 100 mil reais e minha folha de pagamento for 80 mil e eu tiver que tirar 30 mil para pagar os impostos, eu não pago, eu deixo atrasar e tento pagar da próxima vez e aí vai. Até porque o Governo tem mecanismos de financiamento das dívidas trabalhistas em acordos, isso sempre fiz e fui atrás. Se o Ministério quiser me condenar por causa disso, condene, mas eu nunca vou deixar de valorizar uma pessoa, para valorizar um governo que não tem se mostrado respeitador da sua própria população”, declarou.
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