O deputado estadual João Mádison (PMDB) participou de uma manifestação realizada pelos vaqueiros do Piauí, na manhã desta terça-feira (11), em Teresina. Os manifestantes são contrários a decisão de seis ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que derrubaram uma lei do Estado do Ceará, que regulamentava a vaquejada, uma prática cultural e tradicional no Nordeste.
Mesmo se referindo ao Ceará, a decisão, argumentada pelo sofrimento aos animais, servirá de referência para todo o país, causando até punição aos organizadores de vaquejadas. João Mádison disse que a vaquejada não pode ter fim por gerar emprego a muitos nordestinos.
- Foto: Lucas Dias/GP1João Madison
“Sou homem da pecuária e sei da importância da vaquejada para a pecuária piauiense. Nós não podemos deixar que a pecuária seja prejudicada por uma decisão do STF. Decisão essa de tentar proibir a vaquejada, que todos nós sabemos que é algo tradicional do Nordeste. Desde quando existe Nordeste, existe vaquejada. Então o que há hoje é um dissociamento, uma incompreensão dos ministros em relação ao Nordeste. Muitos desses ministros não conhecem a realidade do Nordeste. Não sabem como vivem o Nordeste. Aqui nós temos mais de 600 mil empregos de pessoas que vivem da vaquejada, então a vaquejada, além de reunir as pessoas, de ser um esporte, ela também produz riquezas”, afirmou em entrevista ao GP1.
“Os cavalos que tem aqui, todos eles têm que ter um tratador, além do mais, a vaquejada traz emprego, traz renda para o nosso Nordeste, então nós estamos aqui, como parlamentar, para dizer que o STF tem que rever essa decisão. Nós respeitamos a decisão do Supremo, mas discordamos dela. Ela não é coerente com a realidade do Nordeste. Nós estamos aqui para buscar uma posição”, continuou o deputado estadual.
- Foto: Lucas Dias/GP1Manifestação no Piauí em favor da vaquejada
João Mádison declarou que a decisão do STF é irrestrita e preconceituosa, e por ser parlamentar, ele vai propor uma lei estadual que possa garantir, mesmo que de forma provisória, a continuidade da prática da vaquejada no Piauí.
"Eu, como deputado estadual, já estou pegando uma lei da Bahia, onde regulamentou a vaquejada, para que possamos estar dando entrada aqui e esperamos que o governador sancione essa lei, para que possa dar tempo para esse pessoal discutir um projeto maior para o Brasil. Essa é a minha posição. Eu já estou entrando em contato com a Bahia, para que a gente possa está entrando com essa mesma lei aqui porque ‘ai’ nós ficamos protegidos por uma lei estadual até que seja discutida no Supremo a posição dessa legislação. É a maneira que nós vamos ter, é uma posição que nós temos de resolver o problema porque nós sabemos que isso é uma discriminação com o Nordeste, porque nós sabemos que tem o rodeio que não tem discriminação, que nas Olimpíadas tem o hipismo, então por que isso vale e para a vaquejada não vale? Não tem justificativa. Será se o Nordeste vai ser uma região diferente? O Nordeste também é Brasil", finalizou.
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