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""É redução salarial e aqui ninguém é louco de aceitar"", diz coronel Carlos Augusto

O presidente da Amepi afirmou que neste ano foram cinco policiais militares mortos, inclusive um atuava como segurança do filho do governador.

O presidente da Associação dos Oficiais Militares do Piauí (AMEPI), Coronel Carlos Augusto, criticou a decisão do Governo de não pagar o reajuste salarial que os policiais militares recebem desde 2012. Segundo o coronel, um soldado pode deixar de receber R$ 650 com a decisão do governador.

Desde 2012 a categoria conseguiu por lei o seu reajuste salarial e ele estava sendo pago desde então. Agora o governador Wellington afirmou que o Governo não tem condições financeiras de arcar com esse reajuste e a partir de junho, a categoria vai sofrer um desfalque no seu salário. A proposta do governo é pagar até 50% desse reajuste neste mês e os outros 50% ficaria para o próximo ano.

"Sem o reajuste um soldado pode deixar de receber R$ 650. Com essa proposta deles, o valor iria para a metade. O trabalhador não pode ser responsabilizado por isso. Até porque tudo estava previsto no orçamento do Estado. Em dois governos que passaram por isso, não houve problema. Agora em maio eles anunciaram que haveria esse corte. Qualquer trabalhador desse país não aceitaria uma redução do seu salário. Isso nos surpreende de tal forma, pois vem do Partido dos Trabalhadores. Aquele que o tempo todo defendeu os direitos dos trabalhadores, agora vem aqui suprimir o direito certo e constituído. É de nos deixar estupefatos. O que o Governo está colocando de fato em pauta é redução salarial e aqui ninguém é louco de aceitar. Quando nós fechamos o nosso acordo de reajuste não foi com nenhum partido não, foi com o Estado”, disse o coronel em entrevista ao GP1.

Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Coronel Carlos Augusto(Imagem:Bárbara Rodrigues/GP1)Coronel Carlos Augusto
Segundo o coronel Carlos Augusto, não é verdadeira a posição do Governo de que se pagar o reajuste o Estado ultrapassar o limite prudencial e não vai cumprir com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

“Nós estamos vendo os representantes do governo com duas argumentações. Uma que existe, uma vedação taxativa inflexível em torno dos limites da LRF e o segundo é que estaríamos tratando de reajuste salarial. Não se trata de reajuste. Outra coisa é que parece que o governo do Estado está com a LRF de outro país. Só existe uma definição legal da LRF, onde é taxativa e vedativa, que é na extrapolação dos limites. Que é quando o administrador se encontra no último ano de mandato. Nós estamos é no início. O governo não pode, é estar assumindo novos compromissos em termos de reajuste salarial, não pode contratar novas pessoas ou ampliar as suas despesas. A própria LRF faz ressalvas. Se os reajustes salariais decorrem de sentença judicial, ou de é um a previsão legal, é obrigação do Estado pagar. Ele tem que pagar, mesmo que extrapole a LRF”, disse o coronel.

O presidente da Amepi afirmou que neste ano cinco policiais militares foram mortos, inclusive um atuava como segurança do filho do governador. Além desses, foram três policiais alvejados com arma de fogo. Para ele, como se trata de uma profissão de risco, o governador não deveria reduzir o salário da categoria.

“Isso [a decisão do governo] não estava passando na nossa cabeça. Hoje o policial militar sacrifica a sua própria hora de folga, voluntariamente, para contribuir com uma segurança mais efetiva e pagando um preço elevadíssimo e isso está se pagando a preço de sangue, de vidas. Isso seria um balde de água fria sobre esses profissionais e seria um suicídio em termo de segurança pública de Estado”, declarou o coronel.

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