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Eliardo Cabral e Ubiraci Rocha abandonam caso Fernanda Lages:"Não temos mais condições psicológicas"

Antes de deixar o caso, os promotores vão solicitar o perfil psicológico de Fernanda e que a polícia identifique o homem que estava com ela uma horas antes em frente ao prédio.

Os promotores Eliardo Cabral e Ubiraci Rocha anunciaram no final da manhã desta quinta-feira (11) que soliciataram ao Ministério Público a sua retirada do caso da estudante Fernanda Lages Veras, encontrada morta no pátio do prédio onde funcionará a sede do Ministério Público Federal, no dia 25 de agosto de 2011.

Imagem: Bárbara Rodrigues/ GP1promo(Imagem:Bárbara Rodrigues/ GP1)Promotores Eliardo Cabral e Ubiraci Rocha

Um dos principais motivos da saída dos promotores, é o fato deles terem sido foram notificados pela corregedora do órgão, Rosângela de Fátima Loureiro Mendes, de que responderão a inquérito administrativo por não terem estudado no prazo de 15 dias e dado tramitação ao inquérito, que tem 6 mil páginas.

"Nós não roubamos, nós não furtamos, nós não nos corrompemos, nós não nos curvamos, enfrentamos autoridades. Nós temos que sair para responder acusações da nossa instituição, que não nos deu nada, nenhum apoio. Saímos de cabeça erguida", enfatizou Rocha que ainda disse não ter estrutura psicológica para continuar. "Estamos sendo acusados pela nossa instituição, é um sentimento de revolta, nós nos sentimos apunhalados", disse Ubiraci.

Os promotores conversaram nessa manhã com familiares e o advogado de Fernanda Lages. "Conversamos com a família de Fernanda que disse compreender a situação e que afirmaram que colocaram em nós a última esperança", disse Ubiraci.

O promotor Ubiraci Rocha afirmou que só entrou no caso, porque a procuradora geral Zélia Saraiva pediu que eles investigassem o caso que tinha ganhado grande repercussão. “Isso aconteceu 20 dias após o caso já ter começado. Ela pediu para eu falar com o Eliardo sobre isso, mas primeiramente não queríamos entrar no caso porque já tinha outro promotor e isso poderia causar problemas futuros. A procuradora afirmou que o Ministério Público iria nos conceder toda a estrutura necessária. Logo depois a gente só foi informado que já havia sido baixado uma portaria e que éramos para comparecer a uma entrevista coletiva que seria realizada”, disse Ubiraci.

Ubiraci disse que falta muita coisa para ser preenchida sobre o caso. "Demos prioridade ao caso Fernanda lages, mas o Ministério Público não deu estrutura suficiente. Tivemos que pegar nosso finais de semana para estudar o caso de mais de 6 mil páginas", disse o promotor.

Os promotores afirmaram que pediram ao Ministério Público assessoria sobre o caso, armário, espaço para analisar o caso e que até hoje não foram atendidos. " Pedimos para tirar cópias do inquérito que só foi entregue dois meses depois, depois a corregedoria vem nos questionar", criticou Ubiraci.

Imagem: Bárbara Rodrigues/ GP1uBIRACI(Imagem:Bárbara Rodrigues/ GP1) Ubiraci Rocha

Segundo o promotor Eliardo Cabral, ele já não estava se sentido muito útil no caso, já que por ser um caso complexo, não possuem estrutura e eles precisam investigar outros casos, participar de audiências, julgamentos, entre outros. "Passamos por muita pressão. Estou sendo investigado através de um procediemnto administrativo por causa de uma ação de um deputado, que todo mundo sabe quem é. Outra coisa, é que também estou sendo investigado por causa de um acidente, onde inventaram que eu não dei assistência. Quando na verdade, quem inventou isso, é uma pessoa que tem interesse nesse caso", desabafou Eliardo Cabral.


Imagem: Bárbara Rodrigues/ GP1pORMOTO(Imagem:Bárbara Rodrigues/ GP1) Eliardo Cabral

Trabalho das polícias

Segundo o promotor Ubiraci Rocha, quando a polícia federal assumiu o caso, o delegado Alberto teria deixado claro que não queria que eles participassem ativamente do caso, diferente do delegado Freitas.

Com o resultado do relatório da Polícia Federal, os promotores afirmaram não estarem satisfeitos e que por isso, antes de saírem vão pedir novas diligências. “A polícia civil deuno seu relatório que foi uma morte violenta. A polícia federal afirmou que foi suicídio ou acidente. Então nós não acreditamos nisso. O fato de solicitarmos novas diligências é porque acreditamos no homicídio, por isso nós vamos pedir que seja feito o perfil psicológico e também que a polícia identifique quem é o rapaz que esteve com ela e Nayra Veloso, em frente ao prédio em que ela morreu. Como pode as polícias encerrarem a investigação sem identificarem esse homem?”, disse o promotor.


O caso


A estudante de direito Fernanda Lages Veras, de 19 anos, natural do município de Barras, foi encontrada morta em circunstâncias até hoje não completamente esclarecidas, como reconheceram a Polícia Civil e a Polícia Federal. Nos dois primeiros dias os policiais do 5º distrito acreditavam que estavam diante de uma ocorrência de homicídio, provavelmente a pauladas, mas no terceiro dia a pericia concluiu que a morte tinha sido causada por uma queda da varanda do prédio em construção.

A partir daí começou o mistério: Fernanda teria sido empurrada para a morte ou se jogado do prédio que ela provavelmente já conhecia, segundo as investigações da Polícia Federal iriam sugeri mais tarde?

Tanto a Polícia Civil como a Federal concluíram que a moça tinha se atirado da varanda. A Polícia Federal, remotamente, ainda admitiu a possibilidade de ter ocorrido um acidente.
Os promotores continuaram com a tese de homicídio e afirmando aguardar a conclusão de análise do inquérito, encomendada ao perito Antônio Lunarde, de Brasília , que estivera em Teresina por duas ocasiões.

*Com informações de Bárbara Rodrigues, direto do local

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