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Vice-presidente do Sinpolpi irá entrar com ação judicial contra o Delegado-Geral James Guerra

O sindicato realizou uma panfletagem no Centro de Teresina nesta quarta-feira reivindicando melhorias para a Polícia Civil

Policiais Civis articulados com o sindicato da categoria estiveram no cruzamento das Avenidas Frei Serafim com Miguel Rosa, centro de Teresina para uma panfletagem nesta quarta-feira (28).

Imagem: Valciãn Calixto/GP1Panfletagem realizada no canteiro da Avenida Frei Serafim(Imagem:Valciãn Calixto/GP1)Panfletagem realizada no canteiro da Avenida Frei Serafim

“O objetivo é conscientizar a sociedade dos seus direitos, tem gente que chega na delegacia e não sabe com quem falar, apenas registra Boletim de Ocorrência e vai embora”, explica o vice-presidente do Sinpolpi, Wagner Nunes Leite, que há 25 anos presta serviços à segurança do Estado.

Leite conta que os delegados normalmente não atendem as vítimas que procuram os DPs da cidade. “É dever do delegado atender a vítima, buscar uma solução para o caso e, se for necessário, pedir uma investigação”, conta.

Imagem: Valciãn Calixto/GP1Panfletagem no cruzamento da Avenida Frei Serafim com Miguel Rosa(Imagem:Valciãn Calixto/GP1)Panfletagem no cruzamento da Avenida Frei Serafim com Miguel Rosa

Além da abordagem com a população, o Sinpolpi visa expor a situação com a qual convivem os policiais civis do Estado no ambiente de trabalho. “Usamos coletes com prazo de validade vencido, as viaturas não possuem placas, você pode ir agora mesmo ao 2º Distrito para confirmar e Teresina não possui uma delegacia com banheiro feminino”, informou o agente Nunes. Neste mesmo momento, uma policial presente na manifestação contou que após a reforma na Delegacia de Entorpecentes, o espaço passou a contar com o mictório para mulheres.

Abismo Salarial
A diferença salarial entre o rendimento do delegado e o do agente e demais cargos é chamada de ’abismo salarial’ pela categoria. “A defasagem entre os dois proventos é de 300%, com isso, o que o delegado paga de imposto chega a ser mais do que a quantia que recebe o agente de polícia no final do mês”, revelou o presidente do sindicato, Cristiano Ribeiro.

Imagem: Valciãn Calixto/GP1Presidente do SInpolpi, Cristiano Ribeiro(Imagem:Valciãn Calixto/GP1)Presidente do SInpolpi, Cristiano Ribeiro

“Nossa luta é para que o policial alcance 60% do salário do delegado no final da carreira e para que daqui a dois anos, o Estado possa reduzir essa diferença”, disse.

Retaliações
Apesar de a polícia civil não estar em greve e reivindicar seus direitos com o Movimento Polícia Legal, Wagner Leite conta que muitos policiais têm sofrido retaliação. “Ermenegildo Ribeiro, Wagner Leite, Ferrer e Constantino são alguns policiais retaliados pelo Delegado-Geral, James Guerra, que às vezes tira um agente do plantão e o coloca em uma investigação, ou então transfere um policial de uma delegacia para outra”, fala.

De acordo com Leite, os atos do delegado-geral tem por finalidade inviabilizar as manifestações do sindicato. “Pois um policial em uma investigação tem menos tempo livre, além disso, eu que sou chefe do plantão, se me botam na investigação, perco cerca de R$1300 da minha renda, pois no plantão tem adicional noturno e adicional de chefia”, esclarece.

Para o vice-presidente do sindicato, o ato de James Guerra se configura como abuso de poder. “O delegado-geral não tem direito sobre a portaria da delegacia, ou seja, não pode tirar um policial de uma função e colocá-lo em outra passando por cima do delegado responsável pelo DP, com isso estamos preparando algumas medidas judiciais para a próxima semana, acionaremos o Tribunal de Justiça”, afirmou.

Concurso
Também presente na panfletagem, um jovem de 26 anos -que achou por bem não se identificar-, classificado no concurso de 2012. O rapaz informou que dos 400 aprovados no concurso, apenas 80 foram chamados para a Acadepol. “É dinheiro que está sendo desperdiçado, pois a academia tem capacidade para atender 250 pessoas e o próprio vice-presidente do sindicato de polícia civil disse que o Estado todo necessita de mais de mil policiais”, expôs.

O movimento Polícia Legal, segundo o sindicato, vai continuar. Duas panfletagens já haviam sido realizadas na Avenida Cajuína, anteriormente.

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