A Justiça da Argentina anunciou nesta quinta-feira (21) que o ex-presidente Alberto Fernández deverá prestar depoimento no dia 11 de dezembro em um caso no qual é investigado por violência de gênero contra sua ex-esposa, Fabiola Yáñez. A acusação inclui episódios de agressões físicas e psicológicas cometidas enquanto Fernández ocupava a presidência, entre 2019 e 2023.
Segundo o Ministério Público, as evidências apresentadas são suficientes para justificar o depoimento do ex-líder peronista. De acordo com o texto judicial, Fernández teria causado lesões físicas em Yáñez em pelo menos duas ocasiões em 2021, quando ambos ainda estavam casados.
Os registros incluem relatos de agressões no braço e no olho direito da ex-primeira-dama. O documento também afirma que a violência física e psicológica se tornou recorrente nos anos seguintes, acompanhada de coerção para impedir que Yáñez formalizasse as denúncias contra o então presidente.
A ex-primeira-dama apresentou uma queixa formal à Justiça em 6 de agosto deste ano, detalhando os abusos que afirma ter sofrido. A denúncia levou o Ministério Público a acusar Fernández formalmente em 14 de agosto, ampliando a lista de imputações após o surgimento de novos detalhes. Entre as acusações estão lesões graves, ameaças e abuso de poder. As denúncias são corroboradas por depoimentos de testemunhas que trabalharam na residência presidencial durante o mandato do líder peronista.
Fernández e Yáñez têm um filho, Francisco, nascido em 2022, quando os relatos de violência já teriam ocorrido. Este caso torna o ex-presidente o primeiro chefe de Estado da história da Argentina a enfrentar acusações formais de violência de gênero enquanto exercia o cargo. Apesar da gravidade das imputações, Fernández nega todas as acusações e mantém sua posição de inocência.
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