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Ministra fala sobre investigação de juízes do Piauí e critica magistrados que não respeitam a "toga"

A ministra falou sobre a investigação de juízes piauienses e que o CNJ está punindo e até exonerando os que cometem crimes.

A Corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Eliana Calmon, participou na manhã desta sexta-feira (9) da inauguração do Centro de Pacificação Social na sede do Centro Nacional de Cultura da Justiça (CENAJUS). No evento, a ministra falou sobre o seu trabalho no CNJ após ela dizer que existem muitos “bandidos de toga” e defender a investigação contra os juízes, o que causou muitas críticas por parte dos magistrados.

Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Ministra Eliana Calmon(Imagem:Bárbara Rodrigues/GP1)Ministra Eliana Calmon

A ministra falou sobre a investigação de juízes piauienses e que o CNJ está punindo e até exonerando os que cometem crimes. “Nós estamos retomando do ponto de partida, estamos fazendo investigações, muitos juízes do Piauí já foram punidos, outros continuarão a depender o término de algumas sindicâncias que estão em andamento e de alguns procedimentos administrativos disciplinares e dessa forma nós vamos aos poucos semeando a justiça. Existem algumas situações muito graves que já levou a aposentadoria de diversos magistrados e a exoneração de outros”, revela Eliana Calmon.

A ministra expressou bastante preocupação com os cartórios extrajudiciais do Piauí e considerou situação na região como grave. “No momento, estamos muito preocupados com os cartórios extrajudiciais do Sul do Piauí, porque as terras daquela região se tornaram bastante ambicionadas em razão da plantação dos grãos. Terras que eram consideradas improdutivas e que nada valiam começa a ter grande valia. Estamos preocupados com o registro dessas terras, porque os cartórios do Sul do Piauí estão em situação de muita desordem, por isso a corregedoria criou um projeto, diante dessa dificuldade. Nós empreendemos a campanha ‘Adote um cartório’. Cada cartório milionário de São Paulo, adotará um no Piauí e dessa forma conduzirá a informatização, a recuperação dos livros e assim conseguimos algum tempo. Eu sei que essa é uma medida paliativa, mas diante da gravidade do problema, pelo menos funcionará como um analgésico que irá melhorar a situação”, disse Eliana Calmon.

Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Ministra Eliana Calmon(Imagem:Bárbara Rodrigues/GP1)Ministra Eliana Calmon

A ministra ainda criticou a ação de alguns juízes que não respeitam a sua toga. “Para mim, a gestão é mais importante do que a parte disciplinar. A verdade é que precisamos separar o joio do trigo e esse joio faz muita confusão e praticamente leva que se faça o nivelamento da magistratura e isso não está certo. A boa magistratura precisa começar a combater isso, não é só a corregedoria, o que eu digo é que precisamos formar um exército dos bons, a própria magistratura tem que ajudar na indicação dessas pessoas que não honram a toga. Na parte disciplinar, é essa a minha pregação. Se a gestão tiver boa e transparente, isso está diretamente ligada ao combate à corrupção”, finalizou a ministra Eliana Calmon em entrevista ao portal GP1.

Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Ministra Eliana Calmon(Imagem:Bárbara Rodrigues/GP1)Ministra Eliana Calmon

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