Fechar
GP1

Piauí

Promotor quer suspensão da audiência pública sobre o contrato de privatização da Agespisa

O presidente do órgão disse que a Agespisa estaria em processo de falência e sem capacidade de cumprir contrato firmado com a Prefeitura de Teresina.

O promotor de Justiça Fernando Santos encaminhou, nesta sexta-feira (7), ao presidente da Agespisa, Raimundo Neto, uma notificação recomendando a suspensão da audiência pública que tratará sobre o edital e contrato da subdelegação parcial da prestação de serviços públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário de Teresina. A audiência está prevista para acontecer dia 14 de dezembro, no auditório da Associação Industrial do Piauí (AIP).

A recomendação do Ministério Público leva em consideração uma representação formulada pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Urbanas do Estado do Piauí (SINTEPI) e Sindicato dos Engenheiros do Estado do Piauí (SENGE), que requer a adoção de medidas no “sentido de suspender a audiência pública até que as irregularidades sejam sanadas”.

Imagem: DivulgaçãoPromotor Fernando Santos(Imagem:Divulgação)Promotor Fernando Santos

Dentre as irregularidades apontadas pelos sindicatos estão a não elaboração das minutas do edital de concorrência pública e do contrato por parte do setor de Licitação da Agespisa; a falta de publicidade da audiência no sentido de convocar a sociedade; a subdelegação de 100% dos serviços de produção de água para Teresina, sem considerar os demais municípios; e a falta de clareza do edital de subdelegação, que não diz o valor a ser pago à Agespisa como indenização pela posse e uso da sua estrutura na produção de água.

O promotor Fernando Santos destaca, ainda, que, embora tenha sido noticiado que a subdelegação abrangerá apenas 30% do município de Teresina, há cláusulas na minuta do contrato que permitem inferir que a subdelegação dos serviços públicos de produção, adução e distribuição de água tratada poderá ser feita em toda a capital.

“São cláusulas irregulares porque a subdelegação de 100% dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário contraria o Contrato Programa celebrado entre o município de Teresina e a Agespisa, o qual, na Cláusula 1, permite apenas a subdelegação parcial deste serviço”, explica Santos.

Outro fator apontado pelo promotor é que 10 documentos referentes ao contrato de subdelegação - como Termo de Referência, minuta do contrato de subdelegação, minuta do contrato de interdependência, estrutura tarifária e outros preços e bens afetos à subdelegação – não foram disponibilizados para consulta da população.

Imagem: Brunno Suênio/GP1Raimundo Neto, presidente da Agespisa(Imagem:Brunno Suênio/GP1)Raimundo Neto, presidente da Agespisa

“Além disso, a Minuta do Edital de Concorrência Pública não apresenta o valor que será pago à Agespisa a título de indenização pela posse e uso da sua estrutura, além da posse de sua receita total pela empresa subdelegada”, diz Fernando Santos.

Ainda no mês de novembro, o presidente da Agespisa declarou que o órgão estaria em processo de falência, com um déficit de R$ 1 bilhão e sem capacidade de cumprir o contrato de concessão firmado com a Prefeitura de Teresina em 2012. Após notificado, o presidente da Agespisa tem 72 horas para acatar ou não a recomendação do Ministério Público.

Curta a página do GP1 no facebook: http://www.facebook.com/PortalGP1

Mais conteúdo sobre:

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.