Após sobreviver a um atentado, Gustavo Henrique Alves Pereira, de 22 anos, falou pela primeira vez sobre o crime que quase ceifou sua vida. No último sábado (22), ele foi empurrado de um penhasco na cidade de Assunção do Piauí, além de ter sido brutalmente agredido a pauladas. Internado no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) e acompanhado dos pais, nessa segunda-feira (24), o jovem relembrou os momentos que antecederam a tentativa de homicídio.
Gledson Alves Barbosa, amigo da vítima, é o principal acusado do crime e continua em liberdade. Ao falar da relação entre os dois, Gustavo disse que o considerava como um irmão e que, até então, não sabe o que motivou o amigo a tentar contra a sua vida. “Sem entender o que aconteceu de verdade, porque uma pessoa que eu considerava quase como irmão fazer isso comigo. Ele simplesmente estava em um momento de boa, a gente marcava vários rolês, tínhamos uma amizade muito forte, mais de 7 anos de amizade. Me empurrou lá de cima sem explicação”, lamentou a vítima.
Amigo afirmou que queria matá-lo
Depois de ser empurrado de um penhasco no Povoado Calderião, zona rural do município, Gustavo Henrique contou que o amigo ainda desceu para verificar se ele havia morrido. Entretanto, ao ver que ainda estava vivo, começou a sufocá-lo com o cordão de uma bermuda. “No começo ele desceu onde eu estava e falou que foi sem querer, mas depois foi mostrando um olhar diferente, falou que a vontade dele era tirar minha vida. Começou me sufocando com o cordão do short dele, que acabou torando”, continuou o jovem.

Vítima fingiu que tinha morrido para escapar
Ainda com as marcas do estrangulamento, Gustavo Henrique afirmou que as agressões não pararam por aí. Logo depois, o acusado usou um pedaço de madeira para bater na cabeça da vítima. Nesse momento, o jovem afirmou que a única alternativa encontrada por ele para sair dali, era se fingir de morto.
“Ele [Gledson Alves] achou um pedaço de pau e me deu seis pauladas, toda paulada que ele me dava eu me perguntava se ainda estava vivo. Cheguei a me entregar, eu falei ‘esse é meu destino, é só aceitar’. Toda vez que ele perguntava se eu estava vivo eu falava que sim, até que na quinta paulada eu percebi que não ia resolver, quando eu levei a sexta fiquei quieto e me fingi de morto, foi a única situação que eu vi que tinha como eu sair de lá”, relembrou Gustavo.

Segunda chance para viver
Populares e familiares de Gustavo o encontraram apenas no domingo (23), dia seguinte ao crime. Nesse tempo em que esteve sozinho, ele chegou a orar e pedir pela própria vida, na esperança de que alguém lhe encontrasse. “Pedi a Deus uma segunda oportunidade, se fosse para mim morrer eu ia morrer naquele lugar mesmo, ou se fosse para ter a segunda chance, meu pai iria me encontrar. Ele [Gledson] foi embora, me deixou naquele lugar sozinho, dormi no mato todo arranhado. Consegui me alimentar somente com uma planta que eu consegui sugar um pouco de água que tinha nela”, detalhou o jovem.
Celular levado
Pensando que o amigo havia morrido, o acusado fugiu e levou o celular da vítima. Segundo informações da Polícia Militar, no celular de Gustavo havia um conteúdo comprometedor que envolvia Gledson, o que pode ter motivado a tentativa de homicídio.
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