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Teresina - Piauí

Juiz prorroga prisões de influencers alvos da Operação Jogo Sujo II

Decisão, obtida com exclusividade pelo GP1, foi proferida pelo juiz Valdemir Ferreira Santos.

O juiz Valdemir Ferreira Santos, da Central de Inquéritos de Teresina, decidiu prorrogar, na noite desse sábado (12), às 23h06, por mais cinco dias a prisão temporária dos investigados na Operação Jogo Sujo II. A medida, solicitada pela Polícia Civil do Piauí e apoiada pelo Ministério Público, atinge os influenciadores Lokinho, Letícia Ellen, Diogo Xenon, Milena Pamela, Brenda Raquel, Antônio Robson da Silva Pontes (conhecido como Robin da Carne, que ainda está foragido), Marta Evelin Lima de Sousa (Yrla Lima) e Douglas Guimarães Pereira Neves. A decisão foi obtida com exclusividade pelo GP1.

Na solicitação, a Polícia Civil destacou que os suspeitos vêm dificultando o avanço das investigações ao se recusarem a fornecer informações relevantes. Além disso, a prorrogação é necessária para que as autoridades possam avaliar novos dados e materiais apreendidos, como celulares e notebooks, coletados ao longo dos interrogatórios e operações anteriores. A promotora Gianny Vieira de Carvalho, representante do Ministério Público, manifestou-se favoravelmente à prorrogação da prisão, reforçando a necessidade de garantir a continuidade da apuração sem interferências.

Foto: Reprodução/InstagramDouglas Guimarães, Brenda Raquel, Milena Pamela, Pedro Lopes (Lokinho), Yrla Lima, Letícia Ellen e Diogo Xenon
Douglas Guimarães, Brenda Raquel, Milena Pamela, Pedro Lopes (Lokinho), Yrla Lima, Letícia Ellen e Diogo Xenon

O juiz considerou que as provas colhidas até agora apontam para a complexidade do caso, envolvendo muitos investigados e uma grande quantidade de materiais que precisam de mais tempo para serem analisados. Ele ressaltou que a permanência dos suspeitos em liberdade poderia comprometer o processo, especialmente pela possibilidade de destruição de provas ou intimidação de testemunhas. A decisão judicial pondera que esses riscos se agravam devido ao uso de tecnologia pelos investigados e à influência que eles podem exercer por meio de seus recursos financeiros.

A decisão também leva em conta que, em liberdade, os suspeitos poderiam continuar as atividades ilícitas ou mesmo tentar manipular o andamento das investigações. O juiz destacou que há um perigo concreto de fuga, ocultação de documentos e contato com testemunhas, além do uso do patrimônio acumulado para interferir nas apurações. Por essa razão, a prorrogação da prisão é considerada essencial para evitar prejuízos à investigação e assegurar que todos os elementos probatórios possam ser analisados com segurança.

Entenda o caso

A Delegacia de Repressão e Combate aos Crimes de Informática (DRCI) deflagrou a Operação Jogo Sujo II que tem como alvos influencers de Teresina, que utilizavam suas redes sociais, em especial o Instagram, para promover jogos de azar ilegais, como o Jogo do Tigrinho, operados por plataformas clandestinas hospedadas em servidores no exterior, que não estão sujeitas à regulamentação fiscalizatória nacional.

Durante a apuração, verificou-se que os influenciadores digitais, que possuem grande número de seguidores, eram contratados pelas plataformas de jogos de azar para divulgar diariamente novas oportunidades de apostas, exaltando supostos benefícios e chances de lucro.

Padrão de vida incompatível com a renda dos investigados

Os policiais constataram que os influenciadores alvos de prisão temporária exibiam constantemente bens de luxo, como carros, casas de alto padrão, viagens e jantares caros, criando a ilusão de que os jogos de azar são uma forma viável de se obter uma vida de luxo.

O levantamento produzido pela investigação da Delegacia de Repressão e Combate aos Crimes de Informática (DRCI) permitiu aos policiais evidenciarem uma movimentação financeira astronômica, comparada aos ganhos auferidos de forma legal.

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