O juiz Valdemir Ferreira Santos, da Central de Inquéritos de Teresina, decidiu prorrogar, na noite desse sábado (12), às 23h06, por mais cinco dias a prisão temporária dos investigados na Operação Jogo Sujo II. A medida, solicitada pela Polícia Civil do Piauí e apoiada pelo Ministério Público, atinge os influenciadores Lokinho, Letícia Ellen, Diogo Xenon, Milena Pamela, Brenda Raquel, Marta Evelin Lima de Sousa (Yrla Lima) e Douglas Guimarães Pereira Neves. A decisão foi obtida com exclusividade pelo GP1.
Na solicitação, a Polícia Civil destacou que os suspeitos vêm dificultando o avanço das investigações ao se recusarem a fornecer informações relevantes. Além disso, a prorrogação é necessária para que as autoridades possam avaliar novos dados e materiais apreendidos, como celulares e notebooks, coletados ao longo dos interrogatórios e operações anteriores. A promotora Gianny Vieira de Carvalho, representante do Ministério Público, manifestou-se favoravelmente à prorrogação da prisão, reforçando a necessidade de garantir a continuidade da apuração sem interferências.
O juiz considerou que as provas colhidas até agora apontam para a complexidade do caso, envolvendo muitos investigados e uma grande quantidade de materiais que precisam de mais tempo para serem analisados. Ele ressaltou que a permanência dos suspeitos em liberdade poderia comprometer o processo, especialmente pela possibilidade de destruição de provas ou intimidação de testemunhas. A decisão judicial pondera que esses riscos se agravam devido ao uso de tecnologia pelos investigados e à influência que eles podem exercer por meio de seus recursos financeiros.
A decisão também leva em conta que, em liberdade, os suspeitos poderiam continuar as atividades ilícitas ou mesmo tentar manipular o andamento das investigações. O juiz destacou que há um perigo concreto de fuga, ocultação de documentos e contato com testemunhas, além do uso do patrimônio acumulado para interferir nas apurações. Por essa razão, a prorrogação da prisão é considerada essencial para evitar prejuízos à investigação e assegurar que todos os elementos probatórios possam ser analisados com segurança.
Entenda o caso
A Delegacia de Repressão e Combate aos Crimes de Informática (DRCI) deflagrou a Operação Jogo Sujo II que tem como alvos influencers de Teresina, que utilizavam suas redes sociais, em especial o Instagram, para promover jogos de azar ilegais, como o Jogo do Tigrinho, operados por plataformas clandestinas hospedadas em servidores no exterior, que não estão sujeitas à regulamentação fiscalizatória nacional.
Durante a apuração, verificou-se que os influenciadores digitais, que possuem grande número de seguidores, eram contratados pelas plataformas de jogos de azar para divulgar diariamente novas oportunidades de apostas, exaltando supostos benefícios e chances de lucro.
Padrão de vida incompatível com a renda dos investigados
Os policiais constataram que os influenciadores alvos de prisão temporária exibiam constantemente bens de luxo, como carros, casas de alto padrão, viagens e jantares caros, criando a ilusão de que os jogos de azar são uma forma viável de se obter uma vida de luxo.
O levantamento produzido pela investigação da Delegacia de Repressão e Combate aos Crimes de Informática (DRCI) permitiu aos policiais evidenciarem uma movimentação financeira astronômica, comparada aos ganhos auferidos de forma legal.
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