Os delegados Humberto Mácola, Alisson Landim e Filipe Bonavides concederam entrevista à imprensa no final da manhã desta quarta-feira (09), para dar maiores detalhes da Operação Jogo Sujo II, deflagrada pela Delegacia de Repressão e Combate aos Crimes de Informática (DRCI), que mirou diversos influenciadores digitais de Teresina, acusados de envolvimento com jogos de azar ilegais.
No âmbito da operação, a Justiça expediu oito mandados de prisão temporária e 22 de busca e apreensão, cumpridos em Teresina e nas cidades maranhenses de Timon e Caxias, no Maranhão. Os mandados de prisão foram expedidos em desfavor de oito influenciadores e cinco deles já foram presos: Lokinho, Letícia Ellen, Diogo Xenon, Milena Pamela e Brenda Raquel. Já Antônio Robson da Silva Pontes, o Robin da Carne; Marta Evelin Lima de Sousa, mais conhecida como Yrla Lima; e Douglas Guimarães Pereira Neves, ainda não foram detidos.
Além das prisões temporárias, a polícia prendeu o pai da influencer Brenda Raquel, Ferreira Neto, por posse ilegal de arma de fogo; e o cabo Raimundo Jairo Torres Alves, da Polícia Militar do Piauí, flagrado com um celular roubado durante buscas em seu endereço.
Estelionato e lavagem de dinheiro
O delegado Alisson Landim, da DRCI, afirmou que os influenciadores divulgavam vídeos falsos de ganhadores e até emulações de plataforma, razão pela qual responderão pelos crimes de estelionato, lavagem de dinheiro, associação criminosa, entre outras práticas ilegais.
“Em muitas dessas plataformas são utilizados engodos, estelionato, seja com falsos vídeos de ganhadores, seja emulações de plataforma, que ainda vão ser verificados. Nessa operação eles irão responder pelo crime estelionato, jogos de azar, indução do consumidor a erro, associação criminosa e lavagem de dinheiro”, declarou a autoridade policial.
Agenciador
A polícia investiga a existência de um agenciador, que captava esses influencers para divulgar as plataformas. “É um agenciador, que entra em contato com os influenciadores e oferece as condições para divulgação, como se fosse mesmo algum tipo de marca”, completou Alisson Landim.
Valores exorbitantes de dinheiro
Segundo o delegado Humberto Mácola, coordenador da DRCI, os influencers recebiam valores vultosos para fazer as divulgações. “Os valores variam muito, está sob investigação, mas podemos garantir que são altas somas semanais, a gente não vai revelar mais detalhes porque, como está em investigação, a gente precisa detalhar isso, quantificar”, disse Huberto Mácola.
Padrão de vida luxuoso
O delegado Filipe Bonavides, da Força Estadual Integrada de Segurança Pública (FEISP), ressaltou que, embora muitos dos influenciadores declarassem outras atividades, sobretudo no ramo empresarial, o padrão de vida luxuoso que ostentavam estava muito além do que poderiam lucrar com o trabalho lícito.
“Essas pessoas, algumas possuem atividades paralelas. Mas o que a gente viu no cumprimento dos mandatos hoje é que essas atividades paralelas que elas desenvolviam, para dar uma suposta legalidade, são totalmente incompatíveis com o padrão apresentado, com o nível de patrimônio ostentado em redes sociais e averiguado presencialmente no cumprimento de hoje. Então isso dá indícios de que se trata realmente de uma lavagem de dinheiro para limpar esse dinheiro oriundo das plataformas, que realmente era muito grande, muito grande”, concluiu o delegado.
Presos
Já foram presos os seguintes influencers: Pedro Lopes (Lokinho), Letícia Ellen, Diogo Xenon, Milena Pamela, Brenda Raquel e Douglas Guimarães. Outros dois alvos ainda não foram detidos: Antônio Robson da Silva Pontes, o Robin da Carne; e Marta Evelin Lima de Sousa, mais conhecida como Yrla Lima.
Ver todos os comentários | 0 |