Thais Guimarães
A Justiça do Piauí aguarda, há mais de dez meses, a conclusão do inquérito policial que investiga Iaponyra Soares Pereira de Sousa e Silva, acusada do crime de estelionato, pelo exercício ilegal da medicina. Nesse período, já foram expedidos três despachos por juízes da Central de Inquéritos da Comarca de Teresina, o último deles no dia 15 de julho, cobrando da Polícia Civil do Piauí a conclusão das investigações.
O primeiro despacho foi expedido em 17 de setembro de 2022 pelo juiz Alexsandro de Araújo Trindade, quatro meses após Iaponyra Soares ter sido presa, durante um evento da OAB em Teresina. O magistrado estabeleceu, na ocasião, prazo de 30 dias para que a autoridade policial concluísse o inquérito.
No dia 18 de abril deste ano foi expedido o segundo despacho, dessa vez assinado pelo juiz Valdemir Ferreira Santos. No documento, ele destacou que o prazo para conclusão do inquérito havia encerrado, e deu mais 30 dias para que a polícia pudesse concluir as investigações e encaminhasse o respectivo relatório.
"Considerando a certidão de decurso de prazo estipulado para a autoridade policial apresentar o inquérito concluído, determino a renovação da intimação da autoridade policial responsável pelas investigações para que, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, conclua o presente inquérito e apresente o respectivo relatório, sugerindo o arquivamento, se for o caso, ou justificando a necessidade de mais prazo para conclusão do inquérito", determinou o juiz Valdemir Ferreira Santos.
No terceiro e mais recente despacho, expedido no dia 15 de julho pelo mesmo juiz, é estabelecido prazo de mais 30 dias para conclusão do inquérito.
Relembre o caso
Iaponyra Soares Pereira de Sousa e Silva foi presa pela Polícia Federal no dia 16 de maio de 2022, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Teresina. Ela iria proferir uma palestra, se apresentando como médica neurologista.
A falsa médica foi descoberta após alguns membros da OAB Piauí, organizadores do evento, suspeitarem da documentação por ela apresentada. Yaponira Soares foi solta no dia seguinte, por determinação do juiz federal Brunno Christiano Carvalho Cardoso.
Denunciada por empresária
Após a prisão de Iaponyra virar notícia, uma empresária do setor de vestuário, que preferiu não ter a identidade revelada, registrou Boletim de Ocorrência no dia 20 de maio de 2022 junto à Polícia Civil do Piauí, afirmando ter sido vítima de um golpe aplicado pela falsa médica. Segundo a advogada da vítima, Iaponyra Soares se apresentou como neurologista na loja da empresária, fez uma compra de aproximadamente R$ 3 mil e nunca pagou.
Outro lado
Procurada, neste domingo (30), Iaponyra Soares Pereira de Sousa não foi localizada pelo GP1. O espaço está aberto para esclarecimentos.
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