Aurya Valeryane, ex-companheira de Halysson Rodrigo Pereira do Nascimento, acusado de atirar na pequena Emilly Gabrielle Machado de Macedo, durante um arraial em Teresina, revelou nesse sábado (01), que o principal alvo do disparo era o pai da garota. Além disso, ela afirmou que a motivação do crime foi para vingar um estupro que sofreu do pai da criança baleada, quando estava tentando dar fim a um relacionamento que teve com ele.
Segundo Aurya, ela e o pai de Emilly teriam tido um relacionamento breve há alguns anos. Ela conta que durante esse tempo, o pai da vítima sempre afirmava que não era casado e não tinha filhos, porém, ela descobriu que era mentira e decidiu dar fim na relação. Inconformado, o homem teria perseguido Aurya e se aproveitado de um momento de vulnerabilidade sua para a estuprar, chegando inclusive a transmitir uma infecção sexualmente transmissível (IST).
“Quando eu descobri que ele era casado e que tinha filhos, eu me distanciei. E ele era muito ciumento, queria saber onde era que eu estava, com quem eu estava, via minhas mensagens, e isso já me incomodava bastante. Quando eu terminei, ele disse que se eu não fosse dele eu não seria de ninguém. Um dia ele teve a oportunidade e acabou que aproveitou, ele cometeu abuso sexual contra mim, forçadamente, sem uso de preservativo, me passou uma doença venérea. Nesse tempo eu já conversava com o Hallysson. No tempo eu não falei porque eu tinha vergonha, medo, mas agora teve a obrigação de revisitar isso, e acho justo que as duas partes paguem pelos seus crimes”, relatou a ex-companheira de Halysson.
Aurya conta ainda que teve apoio de Halysson durante os tratamentos que precisou passar após sofrer abuso sexual. “O Hallysson me ajudou tanto no tratamento psicológico como de saúde. Sempre esteve do meu lado, os pesadelos todos comigo, então sempre foi um gatilho para mim e para ele, essa história e essa pessoa. Estão dizendo que ele é um monstro. Na realidade dos fatos não é ele o monstro da história. O único erro dele foi não ter pensado direito e ter agido na hora da raiva. Ele perdeu a cabeça. Foi uma fatalidade que aconteceu com a criança, sim, ele já está pagando pelo erro dele. Peço mil desculpas à mãe da criança, porque ela não tem envolvimento, ela é inocente. Só que como o Hallysson tem que pagar pelo que fez, o pai da criança também tem que pagar pelo crime que ele fez”, afirmou Aurya Valeryane.
Justiça decretou prisão preventiva
A Justiça do Piauí decretou a prisão preventiva de Halysson Rodrigo Pereira do Nascimento, suspeito de ser o autor do disparo de arma de fogo que atingiu a pequena Emilly Gabrielle Machado de Macedo, crime ocorrido na noite dessa sexta-feira (30) em frente a uma escola no bairro Mocambinho, zona norte de Teresina. A decisão foi proferida na manhã desse sábado (01) pelo juiz Roberth Rogério Marinho Arouche, em audiência de custódia.
Após conduzir a audiência de custódia de Halysson Pereira do Nascimento, o juiz Roberth Rogério Marinho entendeu que a prisão preventiva do acusado era necessária, diante da gravidade do delito. “Ante a gravidade do crime resta imperioso garantir a ordem pública, bem como garantir a instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, posto que o custodiado se desfez da arma usada para cometer o delito, o que dificultou a investigação”, destacou o magistrado.
Entenda o caso
Halysson Pereira do Nascimento foi preso em flagrante logo após se evadir do local do crime. Segundo informações de testemunhas, o acusado chegou na escola, onde ocorria uma festa junina, e efetuou disparos para atingir um desafeto, contudo, os tiros acabaram acertando a criança de 5 anos e uma mulher de 28 anos, identificada como Francimara Leôncio Carvalho.
Emilly Gabrielle foi atingida no queixo. Já Francimara foi baleada na panturrilha. A criança precisou ser encaminhada ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT), onde passou por cirurgia. Ela está consciente, estável e não apresenta danos neurológicos.
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