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Teresina - Piauí

Reconstituição confirma que tenente da PM matou Débora Vitória, diz DHPP

A delegada Nathália Figueiredo manteve o indiciamento do PM por homicídio qualificado por dolo eventual.

A delegada Nathália Figueiredo, da Delegacia Especializada em Feminicídio do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou nesta segunda-feira (08), que a reprodução simulada realizada para esclarecer a dinâmica sobre a morte da pequena Débora Vitória, de 6 anos, confirmou o entendimento da Polícia Civil, que havia apontado que o disparo que matou a criança, em novembro de 2022, partiu da arma do tenente da Polícia Militar do Piauí, José da Cruz Bernardes Filho.

Para a delegada, a reprodução simulada, aliada a demais exames periciais, como o próprio exame de microcomparação balística, corrobora para o indiciamento do oficial da PM pelo crime de homicídio qualificado por dolo eventual. O inquérito foi concluído na sexta-feira (05) e encaminhado ao Poder Judiciário.


“A microcomparação balística é categórica e é uma prova objetiva indiscutível de que a partícula de chumbo encontrada no corpo da criança partiu da arma apresentada pelo PM, então mesmo havendo uma possibilidade de ocorrência naquilo que ele relatou na versão dele isso é afastado pela microcomparação balística, então, de fato não foi a arma do Clemilson da Conceição Rodrigues que matou a criança”, garantiu a delegada Nathália Figueiredo.

Foto: Reprodução/ InstagramDébora Vitória
Débora Vitória

Acareações

Ainda de acordo com a delegada, para que não houvesse dúvidas, foram realizadas acareações entre os que estavam presentes no dia do assalto, que resultou na morte da criança. “Foram realizadas também acareações, da mãe com o PM e do PM com Clemilson e tanto a mãe como Clemilson foram enfáticos ao dizer que o PM estava alcoolizado”, relatou Nathália Figueiredo.

“Inclusive, o Clemilson afirmou na oitiva que o PM estava tão alterado que estava atirando a esmo, ou seja, sem saber direito para onde estava atirando e eles estavam em uma situação que envolvia civis numa linha de disparo porque a mãe e a criança estavam entre os dois”, pontuou a delegada.

Foto: Divulgação/PMClemilson da Conceição Rodrigues
Clemilson da Conceição Rodrigues

Conclusão

“Diante de tudo isso eu mantive o meu indiciamento [do policial] por homicídio qualificado por dolo eventual, ou seja, ele assumiu sim o risco de produção do resultado e pôr a vítima ser menor de 14 anos”, explicou a delegada Nathália Figueiredo.

Segundo a autoridade policial, o inquérito já foi remetido à Justiça e agora caberá ao Ministério Público oferecer a denúncia contra o policial. “O inquérito foi remetido na sexta à Justiça com as conclusões e laudos e agora está à disposição do Poder Judiciário. Ele também vai para análise do membro do Ministério Público que vai decidir sobre o indiciamento se houve dolo, culpa ou nenhuma das situações”, explicou Nathália Figueiredo.

O crime

Débora Vitória morreu e sua mãe, Dayane Gomes, ficou ferida após ambas serem baleadas durante um assalto na noite do dia 11 de novembro de 2022. O crime aconteceu no momento em que mãe e filha saíam de casa em uma motocicleta, quando foram abordadas por Clemilson da Conceição Rodrigues.

Foto: Lucas Dias/GP1Dayane Gomes
Dayane Gomes

O tenente José da Cruz Bernardes, da Polícia Militar do Piauí, que não estava em serviço, presenciou a abordagem e decidiu intervir atirando no bandido, iniciando assim a troca de tiros que acabou por provocar a morte da criança.

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